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Documentário sobre comunicação e política

No dia 21 de setembro, terça-feira, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro apresentará o documentário "Arquitetos do Poder" no Teatro Noel Rosa, localizado em seu Centro Cultural. O evento acontece às 19h, e a entrada é gratuita. Após a exibição, haverá um debate com Alessandra Aldé, professora da Faculdade de Comunicação Social da Uerj, e Vicente Ferraz, diretores da obra, além dos especialistas em política Jairo Nicolau (IESP-UERJ), Wanderley Guilherme dos Santos (UCAM) e Maurício Dias (Carta Capital).
 
O filme se propõe a traçar um panorama das relações entre mídia e poder no país. Resgatando registros, em depoimentos e imagens, desde a campanha de Getúlio Vargas e JK até o presente, observa-se a crescente influência da comunicação na política e o tratamento dado pela imprensa nacional aos escândalos. Do marketing em preto e branco das décadas de 50 e 60 ao ápice da profissionalização da comunicação política nos anos 2000, é possível notar um longo caminho percorrido nas campanhas políticas brasileiras.
 
A exibição faz parte do projeto Uerj em Casa, idealizado pela Divisão de Teatro do Departamento Cultural da Universidade. Seu intuito é oferecer a oportunidade de que trabalhos artísticos desenvolvidos por membros da comunidade interna da Universidade sejam expostos em seus espaços culturais. Informações sobre como participar podem ser encontradas no site www.decult.uerj.br.
 
Sobre o filme:
O documentário “Arquitetos do Poder”, dirigido por Vicente Ferraz e Alessandra Aldé, traça um panorama das relações entre mídia e política no Brasil. Construído a partir de depoimentos e imagens de arquivo, o filme conta a história da comunicação política brasileira, desde as campanhas de Getúlio Vargas e JK até o presente, passando pela emblemática eleição de 1989 e ilustrando a crescente influência da comunicação na política, bem como a relação da mídia nacional com os escândalos do poder. Produzido pela Urca Filmes/IUPERJ, o documentário foi exibido pela primeira vez na mostra do Festival "É Tudo Verdade", em abril de 2010, e selecionado para o Festival do Rio, agora em setembro.
 
Marketing político em preto e branco. Propaganda política no Brasil nos anos 50 e 60: como eram feitas as campanhas eleitorais de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. A era do rádio e dos comícios, ao som de jingles clássicos como “Varre, varre vassourinha”. Jânio Quadros e os primórdios da televisão. O golpe militar e as primeiras campanhas que acompanham a redemocratização, nos anos 70, com o MDB à frente. Anos 80: a campanha pelas eleições diretas para Presidente e o papel da mídia no processo de abertura. Da eleição de 89 ao impeachment. A memorável eleição presidencial de 1989: Ulysses, Brizola, Aureliano Chaves, Maluf e tantos outros políticos derrotados por Lula e Collor. Horário Eleitoral Gratuito: o jingle Lula-lá cantado pelos atores globais, as denúncias de Miriam Cordeiro e outros momentos marcantes da campanha, com depoimentos dos estrategistas e jornalistas envolvidos. O último debate e suas edições na Rede Globo. Depois, o escândalo PC Farias, alimentado pelos mesmos veículos que colaboraram para a construção do caçador de Marajás, e a renúncia de Collor, em 1992.
 
Plano Real e reeleição: a Era FHC. Beneficiado pelo sucesso do plano econômico e sua cobertura favorável nos meios de comunicação, o ministro da Fazenda vira candidato do governo e enfrenta Lula, novamente candidato pelo PT. As Caravanas da Cidadania e a manobra legislativa que impede o PT de usar suas imagens no Horário Eleitoral. O profissionalismo crescente das campanhas, com a presença de publicitários e custos de super-produção. A emenda da reeleição, aprovada em 1997, esvazia a campanha presidencial de 1998.
 
Agora é Lula. Com a ajuda de Duda Mendonça, conhecido pelo marketing de Paulo Maluf, o PT atinge o ápice da profissionalização de sua comunicação política, marcada por inserções televisivas de alto impacto e apelos emocionais. É o “Lulinha paz e amor”, que ganha espaço até no Jornal Nacional e finalmente vence as eleições em 2002. No governo, sua relação com a mídia é atribulada. A crise do “mensalão”, trazendo à tona o financiamento das campanhas, ganha visibilidade na imprensa mas, apesar do denuncismo, Lula se reelege em 2006.

Fonte: Uerj