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Gabeira afirma que vai manter os bons projetos

Com o objetivo de levar aos eleitores cariocas importantes informações que possam auxiliá-los na conscientização do voto, a Associação de Imprensa da Barra (AIB) dá continuidade à serie de entrevistas iniciada no mês de agosto.
 
Jornalista, escritor, Deputado Federal, com quatro mandatos consecutivos e mais votado do Rio de Janeiro em 2006, e candidato ao Governo do Estado, Fernando Gabeira, em entrevista exclusiva à AIB News, falou aos jornalistas Manuel Lopes, presidente da AIB, e Margareth Santos, repórter, dos seus projetos, da política de segurança do Estado e da participação da sociedade na fiscalização das ações governamentais.
“O Rio de Janeiro não aceita mais o clientelismo, o tráfico de influência, a mistura entre público e privado, as negociatas, a demagogia, o populismo…”
 
 
Por que o senhor quer ser Governador do Estado do Rio?
 
A minha candidatura ao Governo do Estado, apoiada pela coligação Rio Esperança (PV, PSDB, DEM e PPS) e milhares de pessoas, representa o Rio de Janeiro que não aceita mais o clientelismo, o tráfico de influência, a mistura entre público e privado, as negociatas, a demagogia, o populismo, o abuso da publicidade paga com nossos impostos e a mentira. Esse antigo modo de governar tem nos custado caro e pode vir a custar muito mais, agora que nos tornamos o principal produtor de petróleo do País.
 
 
Qual a sua proposta para melhorar a segurança do Estado e, em especial, a Cidade do Rio?
 
Vamos capacitar tecnologicamente as nossas polícias para, rapidamente, traçar o perfil de vítimas e delinquentes, de modo a permitir ações governamentais dirigidas à população, alvo do crime. Hoje, um registro de ocorrência policial leva dois meses para virar estatística, o que é inaceitável. As polícias militar e civil precisam aprimorar a cooperação nas Regiões Integradas de Segurança Pública, com vistas a permitir maior rapidez no fluxo de informações. E o governo do Estado vai investir mais na tecnologia do sistema de captação e análise de informações. Mas sabemos que poucos resultados serão alcançados na área da segurança pública se o poder público continuar a ignorar as justas reivindicações salariais dos profissionais que se arriscam na defesa dos direitos da população. Por isso, é necessária a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional de número 300, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, que equipara os vencimentos da Polícia Militar aos praticados hoje no Distrito Federal.
 
 
Sendo eleito, o Sr. pretende criar uma comissão para supervisionar os recursos para a Copa de 2014, as Olimpíadas de 2016 e o Pré-sal?
 
Sim, mas estas comissões só terão verdadeira utilidade se forem integradas por grupos de cidadãos dispostos a verificar, item por item, como os orçamentos estarão sendo aplicados. A participação da sociedade é fundamental neste processo.
 
“Os bons projetos devem ser mantidos, independente de quem esteja no poder”
 
 
Caso seja eleito, que ações do atual Governo o senhor pretende ajustar, corrigir ou anular?
 
Os ajustes terão que ser feitos, basicamente, nas áreas de transporte, saúde, educação e segurança, em pontos específicos que estão detalhados em meu programa de governo e que pode ser acessado pelo cidadão no nosso portal. É interessante notar que é um programa aberto, que precisa da participação de todos, que podem enviar sugestões por e-mail para criticar, melhorar ou acrescentar.
 
Na área do transporte, nosso mais grave desafio encontra-se na cidade do Rio de Janeiro e em sua Região Metropolitana, onde o fluxo de indivíduos, bens e serviços é bastante prejudicado por um sistema de transporte irracional, caro e ruim. Vamos intervir fortemente no setor, priorizando o uso do trem e do metro. As linhas de ônibus serão reorientadas para alimentar o sistema sobre trilhos. Às vans caberá suprir o sistema de transporte por ônibus. O obstáculo maior é a histórica convergência entre interesses políticos suspeitos e o poder econômico das empresas de ônibus. O governo do estado vai reaver a atribuição que lhe cabe, de estabelecer as regras de funcionamento do sistema, compatibilizando os legítimos interesses da sociedade e da iniciativa privada. Vai licitar todas as linhas de ônibus intermunicipais e procurar a colaboração das administrações municipais metropolitanas na reorganização do nosso sistema de transporte.
 
A política para a saúde visa a universalização do atendimento integral. O sistema público de saúde deve ser capaz de receber o indivíduo no posto de saúde, providenciar o primeiro atendimento, encaminhá-lo aos exames necessários para um diagnóstico acurado e prover o tratamento adequado. O governo estadual atuará com mais ênfase nas áreas do diagnóstico e do tratamento de enfermidades de média e alta complexidade. Vamos criar Unidades de Diagnóstico, regionalmente distribuídas, dotadas de equipamentos e pessoal especializado para a realização de exames de maior complexidade e elaboração de laudos. 
 
Na educação, vamos concluir o processo de municipalização do ensino fundamental; melhorar a qualidade do ensino ministrado no nível médio; melhorar a qualidade da escola, incorporando os avanços tecnológicos e capacitando-a para ser alicerce da sociedade do conhecimento; mudar e ampliar o ensino técnico e profissional; e melhorar as condições de trabalho e a formação do nosso professorado.
 
 
A maior preocupação da CBF e da FIFA em relação à Copa do Mundo é a conclusão das obras do Maracanã. O Sr. garante que, caso seja eleito, manterá o compromisso de entregar o estádio totalmente pronto para a abertura do evento em junho de 2014?
 
É claro, pois meu pensamento sobre a questão de obras iniciadas por outros governos é republicano: os bons projetos devem ser mantidos, independente de quem esteja no poder.
 
 
Os projetos para despoluição da Baía de Guanabara e Bacia de Jacarepaguá estão praticamente parados. Qual a sua proposta para investir nessa área, melhorar o nível de despoluição e transformar esses lugares em pontos de ecoturismo?
 
A Baía e a Bacia precisam ser olhadas de maneira integrada e chegar aos Jogos Olímpicos prontas para cumprir um papel relevante, sendo palco de competições importantes e do turismo. Mas é o tipo de projeto que deve ser tratado em conjunto com o Município e o Governo Federal.
 
 
“As possibilidades de transformar o futuro são muito grandes”
 
 
Caso seja eleito, que legado o senhor pretende deixar para a população do Rio, após o seu mandato, sobretudo no que tange à saúde, nos casos específicos de atendimentos de emergências, internações e cirurgias em geral? 
 
O nosso governo vai chamar a si a responsabilidade de ampliar a presença da rede estadual no tratamento de enfermidades de média e alta complexidade, ampliando leitos e racionalizando o uso dos hospitais. Nessa matéria, faremos o inverso do que hoje vem sendo praticado. Em vez de fechar hospitais, ou levá-los à inoperância, vamos aprimorar a nossa rede hospitalar e ampliar o número de leitos. Aprimorar significa dotar nossos hospitais de vocações específicas, que permitam o aprimoramento do atendimento, a otimização dos recursos e a ampliação do público atingido. Com isso, reduziremos bastante as filas para cirurgias, que são sempre específicas e quase nunca podem ser adiadas.
 
 
Como o Sr. vê o Rio de Janeiro, em especial a região da Barra, em 2014?
 
Vejo com otimismo, pois apesar dos enormes desafios que a região tem pela frente, as possibilidades de transformar o futuro são muito grandes. A Barra tem espaço, tem natureza, tem uma população muito ativa e que se preocupa com o cotidiano de seu bairro. Tenho certeza de que em parceria com o meu governo, poderemos partilhar muitos projetos em comum.

Fonte: Margareth Santos