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GM inaugura a fábrica sustentável de Joinville

 Unidade produz os novos motores SPE/4 1.0L e 1.4L que equipam Onix e Prisma

A General Motors do Brasil inaugurou em Joinville (SC) no dia 27/02/2013 uma das fábricas mais sustentáveis do mundo. De suas linhas industriais saem motores 1.0 e 1.4 litro e cabeçotes de alumínio. Sua capacidade instalada de produção é de 120 mil unidades de motores e 200 mil de cabeçotes por ano, destinados às fábricas da GM de Gravataí (RS) e Rosario (Argentina). Com investimentos de R$ 350 milhões e previsão de faturamento anual de R$ 250 milhões, a nova fábrica é a primeira a implantar um conjunto de sistemas pioneiros na área de eficiência energética e proteção ao meio ambiente, com destaque para a energia fotovoltaica – gerada a partir da luz do sol -, reciclagem de água industrial por meio de osmose reversa e tratamento inédito de efluentes e esgotos por meio de jardins filtrantes.

 

As iniciativas, que fazem dela uma fábrica sustentável, incluem processos que a tornam uma das primeiras do Brasil a ter 100% dos resíduos industriais reciclados (“landfill free”). Pelo programa “Zero Aterro” todos os resíduos do processo produtivo serão reutilizados, reciclados ou coprocessados. Os sistemas pioneiros nas áreas de eficiência energética e proteção ao meio ambiente credenciam a fábrica da GM em Joinville à certificação global do Leadership in Energy and Environmental Design – LEED -, que já está na fase de processo de obtenção. No Brasil o LEED é representado pela Green Building Council Brasil – GBC Brasil, ligada à US GBC (United States Green Building Council), mais importante organização global na avaliação de edifícios sustentáveis em termos de eficiência energética e proteção ao meio ambiente. O evento de inauguração contou com as presenças de Jaime Ardila, presidente da GM América do Sul e GM do Brasil, Marcos Munhoz, vice-presidente da GM do Brasil, Luiz Moan, diretor de Assuntos Institucionais da GM do Brasil, além de outros diretores da empresa. Também estiveram presentes João Raimundo Colombo, governador do estado de Santa Catarina, Udo Döhler, prefeito de Joinville, Luiz Henrique da Silveira, senador da República e ex-governador daquele estado, além de outras autoridades estaduais e municipais.

 

Projeto estratégico

A construção da nova fábrica de Joinville revela a importância estratégica que a região e o País possuem para o crescimento da GM no mundo. Jaime Ardila, presidente da GM América do Sul e da GM do Brasil, destaca a importância da nova unidade, necessária para atender a forte demanda do mercado brasileiro nos últimos anos e também às exportações. “A nova fábrica em Joinville é uma das mais modernas da GM na América do Sul e no mundo, incorporando os mais avançados processos de tecnologia automotiva e de sustentabilidade. A produção de motores e componentes em Santa Catarina tem como objetivo ajudar a alavancar o crescimento da GM em toda a região, que ganhou mais importância ainda dentro da companhia com a criação da divisão GM América do Sul”, afirma Ardila.

 

Para Marcos Munhoz, vice-presidente da GM do Brasil, a escolha de Joinville para a implantação do novo projeto da companhia ocorreu em função de a cidade oferecer condições favoráveis à execução e desenvolvimento da iniciativa. “Joinville possui excelente infraestrutura e mão-de-obra bastante qualificada, além de contar com a proximidade de cinco portos no estado de Santa Catarina, o que favorece e muito seu desempenho do ponto de vista estratégico de nossas operações”, relata. Joinville está localizada a 530 quilômetros da cidade de São Paulo e a 600 quilômetros da cidade de Porto Alegre. Ele acrescenta que a empresa “tem muito orgulho em implementar um conjunto de tecnologias inovadoras, que fazem parte de uma fábrica sustentável. A GM tem um compromisso muito forte com o meio ambiente. Isso faz parte do DNA da companhia”. Luiz Moan, diretor de Assuntos Institucionais da GM do Brasil, que participou da implantação do projeto desde a fase de prospecção e sua viabilização, destaca que “tivemos a melhor receptividade possível tanto do governo estadual de Santa Catarina, quanto da Prefeitura de Joinville. Sentimos essa disposição bastante favorável também da própria comunidade catarinense”.

 

 Fábrica sustentável e certificada

A nova unidade da GM ocupa uma área total de 500 mil metros quadrados sendo aproximadamente 30 mil metros quadrados utilizados nas instalações da fábrica propriamente dita e também suas facilidades auxiliares, incluindo pátios e áreas de estacionamento. Parte da área (200 mil metros quadrados) foi reservada para a preservação ambiental.

 

Assim como as demais unidades da empresa no Brasil, a unidade foi construída dentro dos mais avançados conceitos de sustentabilidade, em linha com a política mundial de preservação ao meio ambiente adotada pela GM. Todas estas condições foram acompanhadas de perto pelo Comitê de Sustentabilidade criado pela empresa em abril de 2011. “O objetivo principal do nosso projeto em Joinville consiste em termos um processo construtivo que respeite o meio-ambiente e, por isso, a nova unidade incorpora um conjunto de sistemas pioneiros nas áreas de eficiência energética e de proteção ao meio ambiente”, destaca José Eugenio Pinheiro, vice-presidente de Manufatura da GM América do Sul. A fábrica da GM em Santa Catarina beneficiará o meio ambiente com 12,6% de redução total de energia em comparação à ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers) – norma norte-americana que é referência mundial para sistemas de energia.

 

A GM deixará de emitir anualmente 119 toneladas de CO2, obterá uma redução de 20% no consumo de água potável e reutilizará 26.000 m3 por ano de água, volume equivalente ao abastecimento de 95 casas. Dentre os inúmeros programas ambientais previstos para a unidade de Joinville destacam-se a Gestão ambiental ISO 14.001, gerenciamento químico, gerenciamento de resíduos, gerenciamento de efluentes líquidos, monitoramento de recursos hídricos e monitoramento dos níveis de ruído.

Fábrica eficiente e produtiva

Os motores produzidos na fábrica da GM em Joinville são os novos SPE/4 (Smart Performance Economy / 4 cylinders) 1.0 e 1.4 litro, que equipam os automóveis Chevrolet Onix (hatchback) e Prisma (sedã) – os dois modelos resultantes do Projeto Onix – o primeiro lançado em outubro de 2012 e o segundo nesta terça-feira (26/02/2013). A fabrica tem uma capacidade instalada de 120 mil motores por ano e 200 mil cabeçotes por ano. “100% dos motores se destinam à unidade de Gravataí (RS) e, dos cabeçotes, 60% (120.000) se destinam aos próprios motores ali montados, enquanto 40% (80.000) vão para a fábrica da GM em Rosario, na Argentina”.

 

O processo de manufatura de montagem dos motores tem uma linha paletizada automática, controle à prova de erros e 100% de controle eletrônico de torques. Já a usinagem dos cabeçotes conta com centros de usinagem CNC e flexibilidade para reconfiguração rápida de produtos. O controle de qualidade conta com processo amparado pelo laboratório metrológico CMM e 100% de rastreabilidade de produção. O teste a frio dos motores não utiliza combustíveis e tem zero de emissões de gases e seus parâmetros são controlados por computadores. Ainda na área da qualidade, para manter as rígidas tolerâncias nos processos de usinagem e montagem dos novos motores, todo o galpão industrial tem temperatura e umidade controlados. Alinhado com o conceito de se buscar a máxima eficiência energética no uso de equipamentos, o sistema de ar-condicionado é 40% mais eficiente, enquanto o sistema de compressores de ar com variador de velocidade e secador por adsorção – seca o ar por reação físico-química – é 8% mais econômico.

 

O ambiente interior conta com luz natural e dimerização (controle automático do nível de luz artificial), monitoramento da qualidade de ar, além de controle de temperatura e umidade do ar. Energia fotovoltaica, sistema inédito na indústria automobilística João Sidney Fernandes, diretor de “Facilities” da GM América do Sul, destaca a energia fotovoltaica como um “exemplo de eficiência energética”.

 

O inédito sistema a ser implantado na unidade da GM em Joinville, prevê a instalação de 1.280 módulos fotovoltaicos e estes painéis ocuparão uma área de 2.115 metros quadrados, que gerará energia para o circuito de iluminação de toda a unidade industrial e também para as suas áreas administrativas. Não haverá integração com o processo produtivo. A energia gerada por este sistema equivale ao consumo de 285 casas, e evitará a geração de 10,5 toneladas de CO2 por ano.

 

O sistema de aquecimento solar na unidade de Joinville fornecerá 15.000 litros de água quente por dia, o equivalente ao consumo de 750 pessoas e suficiente para atender a 80 casas populares. A economia prevista por ano é de 8.800 m3 de gás natural – ou ainda, ou 7.190 Kg de GLP ou 96.100 kWh -, evitando a geração de 17,6 toneladas de CO2 por ano. Esta iniciativa suprirá as necessidades dos vestiários e cozinha. Este sistema de aquecimento solar tem como principais vantagens os seguintes aspectos:

 

•  O uso de combustíveis não renováveis é pequeno ou nulo •  O sol fornece um combustível de custo zero •  O aquecimento solar é sustentável e renovável •  Libera o uso da energia elétrica para outras utilizações mais nobres como iluminação e movimentação nos processos de produção •  A geração de CO2 durante a operação é nula ou mínima •  Pode ser usada tanto para indústria, comércio e em residências •  Pode ser instalado em áreas onde não exista energia elétrica Jardins filtrantes Outra iniciativa de uso racional de água é o sistema conhecido como “Wetland”, considerado altamente sustentável no tratamento de esgotos por meio de jardins filtrantes, já que não utiliza produtos químicos. Na verdade, ele usa plantas para o tratamento e a vegetação é adaptada ao local e integrada à paisagem. Tem baixo consumo de energia, remove 90% dos poluentes, tem uma reduzida geração de resíduos sólidos. Os jardins filtrantes ocuparão uma área de 1.300 m2 do total dos 3.500 m2 ocupados pelo sistema de tratamento de efluentes e gerará uma expressiva economia de energia elétrica – se comparado a uma instalação convencional de 124 MWh/ano – deixando de gerar 3,6 toneladas de CO2 por ano, além de o custo de implementação ser bem menor que uma convencional do mesmo porte.

Osmose reversa

Também no uso racional da água, a tecnologia de tratamento de água por Osmose Reversa produz uma água de excelente qualidade, muitas vezes superior à da água de origem, que permite aplicação industrial irrestrita, com baixa salinidade e condutividade e isenta de micro-organismos. Ele permitirá o reuso de até 19.000 m3 por ano de água, evitando o consumo de água potável suficiente para abastecer o equivalente ao consumo de 70 casas populares. Portanto, será possível fornecer 100% do consumo de água não potável da fábrica de motores através do sistema. A água tratada com elevado teor de pureza será utilizada para fins não potáveis, como processo industrial, sanitários, irrigação, jardinagem e lavagem de pisos.

Outras preocupações ambientais na fase de construção A GM adotou na implantação da fábrica em Joinville um conjunto amplo de iniciativas pioneiras.

 

Exemplos de algumas ações: •  Uso de materiais locais e reciclados (extraídos e manufaturados em um raio de 800 quilômetros da edificação) e madeira certificada •  Reciclagem de materiais e resíduos de alimentos •  Proteção de taludes e plantio de 720 árvores nativas •  Uso eficiente da água: torneiras e descargas de baixo fluxo e com sensor ou temporizador, reuso de água de chuva •  Sistema de drenagem do terreno •  Manutenção e proteção das áreas de preservação permanente •  Programa de monitoramento dos recursos hídricos superficiais •  Controle de poeira da obra e lava-rodas de veículos e coleta do resíduo da lavagem dos caminhões de concreto •  Acondicionamento de resíduos e produtos químicos e proteção contra vazamentos de químicos e áreas de contenção.