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João Pedro quer acabar com a vistoria do Detran

Com o objetivo de levar aos eleitores cariocas importantes informações que possam auxiliá-los na conscientização do voto, a Associação de Imprensa da Barra (AIB) dá continuidade à serie de entrevistas iniciada no mês de agosto.
Ex- Secretário de Governo da Prefeitura, ex-funcionário da Turis-Rio e candidato à reeleição como Deputado Estadual, João Pedro, em entrevista exclusiva à AIB News, no dia 15/9, falou aos jornalistas Margareth Santos, repórter, e Tatiana Couto, editora-chefe, da vistoria do Detran, da lei que proíbe novos feriados no Rio de Janeiro e da vocação turística do Estado.
“A vistoria do Detran é uma burocracia que não retorna em benefício algum para a população”
Por que o senhor quer ser reeleito Deputado Estadual?
Para continuar o trabalho que faço na Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa do Rio, de incentivar a vocação do Rio de Janeiro ao turismo e que é muito mal explorado. Estados como Bahia, Ceará e São Paulo fazem políticas sérias e conseguem ótimos resultados. O Rio ainda não tem dado atenção suficiente para essa questão, que é a nossa vocação. 
Outra proposta é enfrentar a burocracia do Estado, que arrecada cada vez mais dinheiro e devolve cada vez menos à população em serviços. Isso, por exemplo, se traduz na vistoria do Detran. Uma burocracia absurda, onde nós gastamos mais de R$ 15 milhões, por mês, só para pagar o pessoal terceirizado, que faz uma vistoria sem nenhum preparo, que não retorna em benefício algum para a população.
Quais os projetos de maior relevância de sua autoria foram aprovados nesse mandato?
Eu criei no Rio de Janeiro o Polo de Seguros e Resseguros. O Brasil era o único país que tinha o monopólio estatal do resseguro e as resseguradoras internacionais tinham muito interesse aqui. Acabou-se o monopólio, abriu-se um campo muito importante nessa área e o Rio de Janeiro precisava fazer gestão para atrair as empresas para o Estado. Então, essa foi uma ação importante. 
Tratei da reativação da Ferrovia Príncipe do Grão-Pará, que é a ferrovia turística que liga o Rio à Petrópolis. Destinei verba de R$ 62 milhões para esse projeto. Essa ferrovia, a primeira do Brasil, deixou de circular em 1964 e nós precisamos reativá-la para criar novas oportunidades para o turismo do Estado. 
Hoje, existem inúmeras leis no Estado do Rio de Janeiro. Todo dia se produz leis e ninguém senta para organizar essa legislação. Eu aglutinei várias dessas leis estaduais numa só, um trabalho muito importante que precisa ter continuidade. 
Aprovei ainda uma lei proibindo novos feriados no Estado, pois o Rio de Janeiro e o Acre são os campeões nacionais de feriados. O feriado quando cai na terça ou na quinta, você enforca automaticamente a segunda e a sexta. Com uma grande quantidade de feriados, o micro e o pequeno empresário têm uma dificuldade imensa de honrar seus compromissos. Eu fiquei muito triste quando percebi que a Assembleia não estava preocupada em estimular o desenvolvimento do Estado. Alguns me diziam “o povo adora feriado”, mas eu disse “não, vocês estão enganados, o povo quer emprego, quer renda”. 
“Eu quero criar o licenciamento anual eletrônico e acabar com a vistoria do Detran”
Caso seja reeleito, quais projetos prioritários o Sr. pretende defender para o Rio, em especial a Barra da Tijuca?
Criar um calendário de turismo para o Rio de Janeiro, destinar ao menos 1% das verbas do Estado para o setor, já que atualmente a verba é de 0,01%, ou seja, nada para desenvolver o turismo no Estado. E voltar a insistir para que o Estado tenha uma secretaria de turismo. 
Vêm aí os Jogos Militares, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. São muitos recursos e investimentos e a Barra da Tijuca vai ser diretamente influenciada por esses grandes eventos. É preciso que a gente possa tratar as questões relevantes do transporte e do desenvolvimento do bairro. Organizar, fiscalizar as leis para não permitir que esses eventos possam macular a qualidade de vida dos moradores do bairro. Fiscalizar todos esses recursos, verificar como serão utilizados e de que maneira irão deixar um legado para essa região e para a expansão da cidade do Rio, tão importante para todos nós. Não podemos permitir que a qualidade de vida na Barra se degrade a partir desses eventos, que podem na verdade potencializar a vida das pessoas.
O senhor tem um projeto para instituir o licenciamento eletrônico de veículos, dando fim à vistoria anual realizada nos postos do DETRAN. Que tipo de resistência o Sr. tem enfrentado nesse caso e quais as chances reais dele ser aprovado?
Sim, eu quero criar o licenciamento anual eletrônico, a exemplo do que já acontece em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, e acabar com a vistoria do Detran. Paga-se a taxa do licenciamento anual e recebe-se o documento pelos Correios. Você é obrigado a manter seu carro em boas condições e nas ruas é que será fiscalizado. Para mim, isso é fundamental, é um compromisso de campanha.  
Hoje, o Detran é a segunda fonte de arrecadação do Estado. Quem oferece resistência é o poder executivo, que é contra o fim dessa receita, demonstrando uma visão míope de um governo fraco. É preciso que a gente tenha a coragem de propor mudanças no que está dando errado. Existe uma quantidade inacreditável de terceirizações e o sistema de vistoria de veículos deu errado. O número de acidentes no Rio não é menor do que em outros estados do Brasil e a única questão relevante é a dos gases poluentes. Mas isso pode ser feito com fiscalização nas ruas. Isso é o ideal. 
Eles não verificam freios, amortecedores, suspensão, cinto de segurança… Só verificam questões adjetivas e nada que possa contribuir com a segurança dos veículos e a diminuição do número de acidentes. Diversas vezes eu fui abordado nas ruas por pessoas que contam casos de desvio de conduta, venda de facilidades, reprovação por itens completamente subjetivos, venda de equipamentos, como pneus e extintores de incêndio, por parte dos terceirizados. É uma indústria paralela que deve acabar.
“Recursos mal aplicados e ausência de fiscalização podem significar um risco para transformar a possibilidade de crescimento em fato concreto”
De que maneira o Sr. pode contribuir com o Rio, caso seja reeleito, para realização da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016?
Já aprovei uma lei que torna de relevante interesse para o Estado a realização desses eventos. Isso significa que esses eventos não são de um governo, são de Estado. Isso significa que todos nós temos que trabalhar favoravelmente a esses eventos. As Olimpíadas acontecerão na capital, mas ela deve e pode ter repercussão para todo o Estado. Nós temos que privilegiar e entender os Jogos Olímpicos como sendo algo do Estado do Rio de Janeiro. Mais do que isso, temos que usar exemplos como o de Barcelona, que se transformou, cresceu com o turismo e que foi elevada a outro patamar de visitação. Como presidente da Comissão de Turismo da Assembleia eu posso fiscalizar, usar a minha experiência, contribuir para que esses eventos sejam realmente importantes para o Rio de Janeiro.
Como o senhor vê o Rio de Janeiro, sobretudo a região da Barra, em 2014?
Como uma oportunidade para que a gente possa ver a questão dos transportes, do meio ambiente e do saneamento resolvidas. Esses temas são relevantes e nós temos que na Assembleia Legislativa fiscalizar para que os projetos possam ser consequentes, tanto nos transportes quanto no meio ambiente. E que a gente possa ter esses recursos todos investidos de maneira a contribuir com a qualidade de vida. Vou exercer esse papel da fiscalização na Assembleia, ainda mais focado nesses eventos, que eu considero de vital importância. Recursos mal aplicados e ausência de fiscalização podem significar um risco para transformar a possibilidade de crescimento em fato concreto, em desenvolvimento na busca da qualidade de vida dos moradores da Barra e do Rio.

Fonte: Margareth Santos