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Mais assistência no SUS para vítimas de infarto

O Ministério da Saúde lançou um conjunto de medidas para ampliar a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS) a vítimas de infarto agudo do miocárdio.  Essa é a principal causa de mortes atualmente no Brasil, juntamente com Acidente Vascular Cerebral (AVC). As ações fazem parte da rede Saúde Toda Hora, lançada este ano pelo governo federal, e prevêem unidades com leitos aos pacientes de síndromes coronarianas, instalação de UTIs específicas em todas as regiões do país, inclusão de medicamentos, aumento de valores de procedimentos e instalação de tele-eletrocardiograma nas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192). O investimento será de R$ 234,4 milhões até 2014.
 
“Temos a meta de reduzir para 5% os óbitos de infarto no SUS”, destaca o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Esse é um percentual já alcançado internacionalmente, em países desenvolvidos e onde há modelos de sistemas de saúde”. No SUS, hoje, o percentual de mortes por infarto oscila entre 10% e 15%.
 
As medidas – anunciadas na abertura do 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em Porto Alegre – entrarão em consulta pública no site do Ministério da Saúde, por 30 dias. Englobam a construção de 39 Unidades Coronarianas nas 10 Regiões Metropolitanas do país com o maior número de infartos (veja quadro abaixo). Cada Unidade Coronariana contará com 10 leitos de UTI Coronariana, destinados aos pacientes de síndromes coronarianas (como pacientes com infarto ou com angina, por exemplo). Nessa ação específica, são previstos R$ 39 milhões para obras e equipamentos.
 
NOVIDADES – No evento, o ministro Padilha assinou portaria que instituiu a consulta pública. É prevista a implantação de mais 150 leitos de UTI Coronariana em outras 27 Regiões Metropolitanas, com um investimento de R$ 15 milhões em obras e equipamentos. Neste caso, poderão ser criados novos leitos ou, então, transformados em leitos de UTI Coronariana uma parte dos leitos de UTI adulto já existentes em hospitais dessas regiões, conforme a demanda. O custeio desses 540 novos leitos de UTI Coronariana, sejam nas Unidades Coronarianas ou em outros hospitais, é estimado em 157,68 milhões por ano.
 
Outra novidade é a inclusão de dois medicamentos para o tratamento do infarto agudo do miocárdio no SUS, com distribuição gratuita para pacientes internados – o Clopidogrel, usado de 6 a 9 meses, em média, para tratamento pós-infarto; e trombolíticos, medicamentos usados para quebrar o trombo que está obstruindo a artéria coronariana, logo após o infarto. Essa inclusão custará R$ 134,4 milhões.
 
Também é previsto um aumento de 30% nos recursos para angioplastia primária, procedimento cirúrgico de desobstrução da artéria coronária. A ação equivale a mais R$ 46 milhões nos gastos que já havia no SUS para esse tipo de procedimento. Ou seja, até então, eram destinados à angioplastia primária R$ 153,3 milhões/ano. Com a nova medida, serão R$ 199,3 milhões/ano.
 
Haverá ainda a disponibilização de tele-eletrocardiograma nas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Os veículos passam a contar com o apoio de hospitais de referência para atendimento àdistância no auxílio ao diagnóstico do infarto agudo do miocárdio. O custeio dos tele-eletrocardiogramas será de R$ 11,2 milhões anuais.
 
INFARTO – As medidas fazem parte da estratégia de enfrentamento às doenças crônicas não transmissíveis, que causam 72% das mortes do país. Os últimos dados já finalizados, de 2009, demonstram que ocorreram 742.779 óbitos por doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, 76.359 deles por infarto – o equivalente a 10,28%.
 
“É um momento especialmente importante para intensificarmos as ações quanto às doenças crônicas não transmissíveis. Nesta semana, a Assembleia Geral da ONU está discutindo como enfrentá-las, entre chefes de Estado do mundo inteiro. É a terceira vez que um tema da Saúde entra na pauta da Assembleia. Nas outras duas vezes, foram a poliomielite e a aids, fato que transformou a abordagem mundial desses temas”, acrescenta o ministro.
 
 
             
  

Fonte: Ministério da Saúde