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Operação Guilhotina

Na manhã desta sexta-feira, 11, a Polícia Federal em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público Estadual realiza uma grande operação, batizada de Guilhotina, para prender policiais civis e militares, inclusive delegados. Eles são acusados de corrupção, roubo e de manter ligação com traficantes do Rio.  Já se sabe que cada integrante do grupo recebia em média até R$ 100 mil de propina por mês para proteger traficantes como Antonio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico nas favelas da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado. 
Nas primeiras horas desta manhã, a Polícia Federal saiu em busca do delegado Carlos Antônio Luiz de Oliveira, que é ex-subchefe de Polícia Civil, mas ele não foi encontrado e já é considerado foragido. Duas delegacias, a 17ª DP (São Cristóvão) e a 22ª (Penha), já foram fechadas por agentes da PF e da Corregedoria da Polícia Civil. Os agentes federais estão vasculhando armários e apreendendo celulares e armamentos que comprovem o envolvimento de policiais destas delegacias em ações criminosas. 
Os policiais “bandidos” são  acusados de fazer jogo duplo e foram flagrados em escutas e e-mails informando aos criminosos ligados ao traficante Nem onde e quando a polícia iria realizar operações nas favelas dominadas pelo bando. O chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Alan Turnowski, será chamado à Polícia Federal para prestar esclarecimentos. 
 
O efetivo conta com 580 policiais federais, 45 mandados de prisão estão sendo cumpridos, além de 48 mandados de busca e apreensão em bingos, residências e estabelecimentos comerciais. Os agentes também estão atuando com lanchas na Baía de Guanabara atrás de corpos de possíveis vítimas de milícias. Entre os procurados, 30 são policiais civis, militares e delegados.. Os federais estão nas ruas atuando com a colaboração da Secretaria de Segurança, Corregedoria Geral Unificada (CGU) e do Ministério Público estadual. 
 
Tudo indica que o grupo também esteja envolvido em outras operações criminosas. Durante as investigações que começaram em 2009, os agentes federais descobriram que os policiais ao invés de prender traficantes, recebiam propinas para informá-los sobre as ações policiais. Cerca de nove policiais civis e militares foram flagrados saqueando bens, dinheiro e pertences de moradores e traficantes dos Complexos da Penha e do Alemão, recentemente ocupado para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). 
 
Na coletiva realizada esta manhã, no Rio, o secretário de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, enalteceu a união das forças militares, que atuam em conjunto, e informou que este é o primeiro passo para combater os policiais criminosos do Estado.  "Não vou abrir mão de qualquer tipo de parceria, de quem quiser me ajudar. O problema do Rio é antigo e sério e, graças a Deus, temos encontrado parceiros e acredito ter dado respostas à  sociedade. Se eu fizesse sozinho, prenderia 9,10,11 pessoas. Polícia nenhuma do mundo vira a página enquanto tiver em seus cargos esse tipo de gente", resumiu Beltrame.
 
Participam desta ação, além de policiais federais e agentes da Secretaria, a Corregedoria Geral Unificada e o Ministério Público Estadual. 

Fonte: AIB – Plantão com fontes