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Petrópolis tem problema de abastecimento de água

Duas horas de vistoria foram suficientes para que as comissões de Defesa do Meio Ambiente e de Saúde da Assembleia Legislativa do Rio identificassem a falta de cloro na água distribuída para os 10 mil habitantes de Pedro do Rio, distrito de Petrópolis, região Serrana do estado. Além do nível de cloro não ser o determinado por lei, a empresa Águas do Imperador, responsável pelo tratamento, lança na natureza a água descartada no processo de decantação, o que configura uma agressão grave ao meio ambiente, já que essa água conta com produtos químicos que trabalham na sua purificação. Esses foram os resultados da vistoria que as comissões fizeram, nesta sexta-feira (17/07), à Estação de Tratamento de Água (ETA) da Águas do Imperador. "Vamos elaborar um relatório em conjunto descrevendo todas as irregularidades encontradas como a falta de cloro na água tratada, o lançamento de impurezas no rio e a falta de cuidado ao guardar alguns produtos", comentou o presidente da Comissão do Meio Ambiente, deputado André Lazaroni (PV).

Outra irregularidade encontrada foi a falta de cuidado com a manutenção dos produtos químicos. "Depois que fizermos esse relatório, vamos encaminhar ao Ministério Público e tomar as devidas providências legais. Ainda não podemos afirmar que a água é imprópria", disse o verde. Segundo o presidente da Comissão de Saúde, deputado Átila Nunes (DEM), o motivo da vistoria foi a grande quantidade de denúncias feitas em relação à água que estava sendo consumida pela população de Pedro do Rio – reclamações que apontavam cor estranha, gosto ruim e presença muito forte de cloro. "Nós, da Comissão de Saúde, soubemos que a estação de tratamento é precária. Fontes de dentro da empresa apontaram os problemas. Viemos aqui para avaliar essas queixas. Vamos pedir que o Ministério Público seja enérgico para melhorar essa situação. Isso é inadmissível. Podemos até pedir a prisão dos responsáveis", afirmou o parlamentar.

        A Estação de Tratamento de Água administrada pela concessionária Águas do Imperador também foi vistoriada por técnicos da Secretaria de Estado de Saúde, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Laboratório Central de Saúde Pública (Noel Nutels), que colheram amostras da água bruta, na captação, e da água já tratada no final do processo de filtragem. O laboratório Noel Nutels ficará com as amostras e o resultado da avaliação vai determinar se a água é própria para o consumo ou não. De acordo com os técnicos da instituição, o resultado ficará pronto neste sábado (18/07). 
 
Responsável pela ETA, André Lermontov garantiu que o tratamento é adequado e que, há pelo menos dois anos, nenhuma reclamação da população chegou ao seu conhecimento. "Somos responsáveis pelo tratamento da água desde 1998 e foram poucas vezes que recebemos reclamações. Aqui existem 20 postos de monitoramento da água, que analisa o material de hora em hora. A estação de Pedro do Rio capta a água dos córregos da Prata e do Ribeirão e iniciamos o processo de tratamento convencional. Entregamos 18 m3 de água tratada por hora à população. Há dois anos que não se tem registro de nenhum problema com a água. Ante disso, houve um problema com a rede de distribuição, que foi solucionado", comentou Lermontov.

Thiago Hothonty, técnico do Laboratório Noel Nutels, diagnosticou, em um teste rápido feito na água da estação, que, após todo o processo, o teor de cloro encontrado é menor do que o exigido por lei. Segundo as determinações estabelecidas pela Portaria Federal 518/04, os limites permitidos de cloro na água de abastecimento público devem apresentar valores entre 0,2 a 2,0 mg/l VMP (Valor Máximo Permitido), sendo recomendando o valor de 0,5 mg/l como ideal após o processo de desinfecção.

Fonte: Vistoria da Alerj