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Primeiro painel aborda desafios do bairro

O Painel 1, que tratou dos impactos da expansão imobiliária e dos empreendimentos previstos para o bairro, teve como palestrantes: Paulo Fabbriani (Conselheiro da Ademi e Presidente da São Miguel Realty e da Fator Realty); Sebastião Pinto Neto (Secretário Estadual de Transportes/RioTrilhos) e David Zee (Ambientalista, vice-presidente da Câmara Comunitária da Barra – CCBT).

Paulo Fabbriani lembrou da transferência das empresas para Barra e a expansão do bairro. “Com bairros saturados como Zona Sul e Centro, a única região com expectativa de permanecer por muitos anos em crescimento era a Barra. Houve migração das empresas e negócios para a área. A Barra deixou de ser dormitório e passou a iniciar um processo de autossustentação”, lembrou.

O Conselheiro da Ademi destacou a proliferação de condomínios e escritórios, confirmando o boom imobiliário. “Temos a questão da ocupação limite, mas devemos ter capacidade de absorver o turismo para qual o Rio de Janeiro nasceu. Faço apelo para viabilizar os eventos. O legado é para nossa população”, pontuou.

Sebastião Pinto, Secretario Estadual de Transportes, no primeiro momento confirmou o BRT na Avenida Brasil, mas priorizou o Metrô Barra em sua palestra. “Nosso interesse é Linha 4. O traçado original teria tarifa total de R$ 10,40. O novo traçado pela Zona Sul será com passagem no valor de 2,80, de ponta a ponta, atendendo a 230 mil pessoas. Temos que cumprir o primeiro contrato, para depois pensar no futuro da extensão do Metrô Barra para o Recreio”, observou.

David Zee, vice-presidente do CCBT, lembrou que o importante é poluir menos os rios. “Qual é a sociedade mais atingida por falta de recursos naturais? É a carente que vive diretamente no meio. Se as Olimpíadas vieram para deixar um legado, temos que valorizar o máximo. Todos nós dependemos dos recursos naturais. Qual é o custo? Ordem e progresso. Precisamos fazer um planejamento. Na década de 1970, vimos uma grande baixada e muita água e lagoas. O que foi feito de planejamento para ocupação da região? Foram feitos canais artificiais e vias de acesso. Existem dois canais na região, o Sernambetiba e o da Joatinga. Com as mudanças climáticas, não adianta só construir estrada e transportes, drenagem é essencial. Se tiver enchente, quais locais serão atingidos? Ayrton Senna, Vargem, todas são sempre atingidas na chuva. É nisso que devemos pensar”, finalizou.

A drenagem da região da Barra foi destacada como essencial, especialmente o enrocamento do Rio Morto. “Se qualquer um visitar a pediatria, mais de 50% das doenças são da área hídrica. São custos que ninguém presta atenção. A Secretária de Saúde gasta um dinheirão pela falta de planejamento. Então precisamos pensar que moramos em uma baixada que era cheia de água antigamente. Temos que nos preocupar com a drenagem. O que adianta botar a cereja em cima do bolo, se não tem bolo? Ainda bem que as Olimpíadas serão em julho, na época da seca. Imagina se chover e ninguém conseguir se movimentar. Graças a Deus falamos isto em 2010, quando temos tempo para realizar obras essenciais”, enfatizou Zee.

Fonte: Tatiana Couto – AIB