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Sociedade de Pediatria apoia vacina contra o HPV

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Em comunicado oficial, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) apoia a imunização contra o Papilomavírus Humano (mais conhecido por sua sigla em inglês, HPV), bem como sua inclusão no calendário oficial de vacinação brasileiro, orientando a população a aderir à campanha que terá início no próximo dia 10 de março. A partir dessa data, todas as meninas entre 11 e 13 anos de idade deverão receber a primeira dose da vacina, que deverá ser repetida após 6 meses e novamente após 5 anos da primeira dose.

 

 

Em 2015, a campanha será dirigida para crianças e adolescentes do sexo feminino entre 9 e 11 anos e, em 2016, para meninas com 9 anos de idade.

 

 

De acordo com a nota oficial da SPSP, as vacinas são um dos mais importantes avanços da Medicina, sendo responsáveis pela diminuição e até erradicação de diversas doenças, poupando milhões de vidas e contribuindo para melhorar as condições dos seres humanos em todo o planeta.

 

 

A vacina quadrivalente, que será oferecida às meninas no Brasil nos postos da rede pública durante todo o ano e em campanhas nas escolas públicas e privadas, é altamente eficaz particularmente na prevenção de câncer do colo de útero e verrugas genitais, mas também outras doenças, causadas pelos subtipos do HPV 6, 11, 16 e 18, com proteção comprovada de quase 100% das pessoas vacinadas.

 

 

 

Quem deve receber a vacina?

De acordo com a SPSP, o ideal é que a vacina seja aplicada a partir dos 9 anos de idade, antes do início da atividade sexual. Quanto mais cedo, maior será a proteção. Mas a vacina também é indicada para pessoas que já iniciaram a vida sexual e até mesmo para aqueles que já foram infectadas por algum tipo de HPV. Nestes casos há o benefício da prevenção dos demais tipos de vírus cobertos pela vacina quadrivalente.

 

 

 

Segurança da vacina

A SPSP destaca que essa vacina tem possibilidade reduzida de causar efeitos adversos por ser constituída por uma proteína que “imita” o modelo do capsídeo viral, resultante de engenharia genética, e não levar o DNA viral.

 

 

A vacina quadrivalente contra o HPV já vem sendo utilizada em 127 países e sua segurança e eficácia estão bem estabelecidas por organizações internacionais da maior competência e idoneidade, satisfazendo os mais rigorosos princípios exigidos por entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), Food and Drug Administration (FDA), além das nacionais: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério da Saúde.

 

 

No mundo, 134 milhões de doses da vacina quadrivalente já foram distribuídas desde 2006 e, até o momento, não há evidências comprovadas de que a vacina cause reações adversas graves. Todos os casos relatados nos estudos clínicos tiveram a comprovação de que a vacina não havia sido a causa da complicação, mas com ela tiveram só relações temporais, ou seja, aconteceriam independentemente da vacina.

 

 

 

HPV e câncer

Nem toda a infecção por HPV provoca câncer, no entanto, o HPV está relacionado com cerca de 530 mil novos casos de câncer por ano no mundo. No Brasil, são cerca de 18 mil novos casos por ano, com 5 mil mortes.

 

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais frequente na população mundial feminina, subindo para a segunda posição quando se consideram mulheres em idade reprodutiva (15 a 44 anos).

 

 

Com maior raridade, o vírus HPV pode ser responsável por cânceres de vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe (garganta). Principalmente nas crianças, a preocupação se estende à papilomatose respiratória, doença grave adquirida durante a gestação ou parto. A papilomatose respiratória pode desempenhar possível papel nos cânceres de pescoço e de cabeça.

 

 

Mesmo com a vacina, outras medidas preventivas, como o rastreamento regular para o câncer de colo de útero pelo exame de papanicolau, devem ser mantidas, pois as mulheres vacinadas podem ser infectadas por outros microrganismos causadores de lesões do colo do útero que não são cobertos pela vacina.

 

 

 

E os meninos?

Embora a vacinação para o sexo masculino ainda não seja oferecida gratuitamente pelo Ministério da Saúde, ela pode ser encontrada em clínicas particulares.

 

 

A vacinação para pessoas do sexo masculino também traz benefícios relevantes, pois gera proteção contra infecções, verrugas e cânceres causados pelo HPV.

 

 

Participaram da elaboração deste texto:

Profa. Dra. Maria Ignez Saito, presidente do Departamento de Adolescência da SPSP

Profa. Dra. Lucia Ferro Bricks, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SPSP

Dr. Mário Roberto Hirschheimer, presidente da SPSP

 

 

Informações à imprensa: Acontece Comunicação e Notícias