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UPAs são referência internacional

Mais de quatro milhões de pacientes atendidos, 26 milhões de remédios distribuídos e 2,8 milhões de exames laboratoriais e de radiologia realizados. Os números comprovam o sucesso de um dos maiores projetos realizados pelo Governo do Estado em prol da saúde pública: a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas. No Dia Mundial da Saúde, festejado na próxima quarta-feira (7/4), o programa que se tornou referência para outros estados e países comemora seus quase três anos de criação.

– A retirada de pacientes de baixa ou média complexidade dos hospitais garantiu a eles uma maior capacidade de atender casos mais graves. A implantação das UPAs é um dos principais motivos para celebrar o Dia da Saúde no Estado. Nos últimos 20, 30 anos, esse foi o projeto que mais focou a dignidade, a qualidade e a privacidade dos pacientes. É um marco na melhoria da saúde pública do Rio de Janeiro. Atendemos cerca de 450 pessoas por dia nas unidades – ressaltou o coordenador das UPAs, major Jorge André.

Implantadas para desafogar as emergências dos hospitais da rede pública, as unidades de pronto atendimento resolveram mais de 99% dos casos de doentes que procuraram os seus serviços. Até o mês de março, dos mais de 4,5 milhões de pacientes atendidos nas 27 UPAs, apenas 26 mil precisaram ser removidos para hospitais. Todos os outros casos foram resolvidos nas próprias unidades.

Os resultados são tão positivos que a ação pioneira começou a ser adotada pelo governo federal e por outros estados e municípios, como São Paulo, Bahia, Acre, Ceará, São Bernardo do Campo e Natal. O modelo fluminense está ultrapassando fronteiras e ajudará a atender a população de Porto Príncipe, no Haiti, que foi devastada pelo terremoto de 12 de janeiro. O Ministério da Saúde anunciou a instalação de dez UPAs no local. A África também mostrou interesse pelo projeto.

– Nós recebemos visitas de mais de 100 prefeitos de outros estados. Recentemente, representantes do Banco Mundial ficaram impressionados com a estrutura da UPA da Rocinha. A unidade faz sucesso porque é um modelo de gestão bem diferenciado. O atendimento não é por ordem de chegada. É por ordem de gravidade. Hoje, nós conseguimos reduzir em 50% a mortalidade por infarto. Nosso serviço é universal. Já chegamos até a realizar mais de dez partos em Duque de Caxias e Campo Grande – contou o major Jorge André.

Às vésperas de completar três anos, a unidade do Complexo da Maré marcou o início do sucesso do novo modelo de saúde. Em seguida, foram entregues as UPAs de Irajá, Santa Cruz, Bangu, Campo Grande, Belford Roxo, Tijuca, Penha, Duque de Caxias, Ricardo de Albuquerque, Botafogo, Cabuçu/Nova Iguaçu, Marechal Hermes, Sarapuí/Duque de Caxias, Ilha do Governador, Jacarepaguá, Penha, Campo Grande II, Realengo, Engenho Novo, Rocinha, Manguinhos, Barra Mansa,Volta Redonda, Três Rios, Queimados e Teresópolis. Até o fim deste ano, a Secretaria de Saúde planeja inaugurar mais 28 unidades.

As UPAs têm consultórios de pediatria, clínica médica e odontologia, além de laboratório para a realização de exames e salas de raios-X, sutura, medicação e nebulização. Há salas de observação para adultos e crianças. Algumas unidades também possuem uma área de isolamento, com duas salas especiais para que pacientes com doenças infecto-contagiosas, como tuberculose e meningite, possam receber os primeiros cuidados até serem transferidos para um hospital.

Para a pneumologista Carla Silva Gama, trabalhar na UPA de Botafogo é gratificante. Com 16 anos de profissão, a médica acredita que a política de humanização do projeto seja essencial para manter a qualidade do atendimento das unidades. Segundo a bombeira, que faz parte do quadro de profissionais da unidade da Zona Sul há dois anos, o dinamismo da equipe, a rapidez no atendimento e o ambiente salubre garantem a satisfação dos pacientes.

– A proposta da UPA é fantástica. A unidade de atendimento tem uma ótima estrutura. Nós temos um ótimo link com os grandes hospitais estaduais. Acho fundamental contar com a classificação de risco. A quantidade de leitos é suficiente. Trabalho na sala de observação e atendo por dia cerca de 15 doentes graves. É muito recompensador. No Dia Mundial da Saúde, a UPA deve comemorar muito – afirmou a médica.

Milhares de pessoas têm aprovado os serviços oferecidos pelas pioneiras unidades de saúde. A aposentada Rafaela Plastina Constati, de 80 anos, é uma dessas beneficiadas. Acolhida pela UPA de Botafogo, a moradora do Santo Cristo, zona central do Rio, teve suas dores, causadas por uma gastroenterite sub-aguda, amenizadas pelo conforto da unidade. Na sala de observação, Rafaela foi estabilizada e encaminhada a um hospital para que pudesse receber um tratamento mais completo.

– A unidade é uma maravilha. Já havia procurado a UPA antes e gostei do resultado. Por isso, quando comecei a me sentir mal não hesitei em procurar a emergência da unidade de pronto atendimento. É muito bom ter à disposição um local que funciona em horário integral, inclusive nos finais de semana. Fui muito bem tratada pelos médicos. Isso ajuda na nossa recuperação – relatou dona Rafaela Plastina.

Fonte: Governo do Rio