Que vida de jornalista não é fácil, todo mundo sabe. Mas a coisa ficou ainda mais complicada para Yousri Al Jamal e Ma´amoun Wazwaz, dois profissionais da agência de notícias Reuters que cobrem os conflitos na Cisjordânia. Segundo a empresa, a dupla foi agredida por soldados israelenses e teve que se despir no meio da rua. Os soldados estariam atrás de câmeras escondidas que pudessem estar registrando a abordagem que, além de golpes, incluíram spray de pimenta lançados nos olhos.
Os jornalistas estavam no local para reportar os violentos choques entre moradores e tropas de israel que se sucedem no local, que resultaram na morte de um jovem de 17 anos, chamado Muhamed al Salameh, após disparos da polícia de fronteira e que, com isso, gerou mais protestos por parte dos cidadãos.
Os fatos ocorreram, de acordo com a Reuters, na seguinte ordem: os jornalistas chegaram a Hebron, em um dos postos de controle, e foram parados por soldados. Embora o veículo da empresa estivesse devidamente registrado como da imprensa, os repórteres foram acusados de pertencem a BTselem, uma espécie de ONG israelense de direitos humanos, que distribuiu câmeras de vídeo para que palestinos documentem os abusos dos militares. Após isso, Yousri Al Jamal e Ma´amoun Wazwaz receberam coronhadas, gás de pimenta nos olhos e tiveram que tirar a roupa, enquanto explicavam, no desespero, para quê utilizariam as câmeras.
Após as agressões, Ma´amoun Wazwaz teve que ser hospitalizado.
Os conflitos vêm coincidindo com o aniversário de 25 anos do Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas, fundado em 1987, e que é considerado como grupo terrorista por vários países, como Israel, Estados unidos e Japão. Brasil e Rússia, por exemplo, são países que reconhecem o Hamas como resistência, e não como terroristas.