Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles alertou, nesta quinta-feira, contra euforia e movimentos exacerbados nos mercados, ao comentar sobre a recente valorização do real e o grande fluxo de entrada de dólares no país.
– Temos alertado há bastante tempo contra excessos de euforia, contra excessos de movimentos de precificação de ativos e de riscos. Participantes do mercado e empresas no passado tiveram prejuízos importantes por excesso de euforia, por apostarem em tendências de uma forma exagerada – disse ele a jornalistas quando questionado sobre o aumento de fluxo de dólares para o país.
Em maio, o real valorizou-se em 7,5% contra o dólar e nesta semana subiu 3,9%. Dados da véspera mostraram que o fluxo cambial no país está positivo em US$ 2,059 bilhões nos 10 primeiros dias úteis de maio. O presidente ressaltou não ser surpresa que o desempenho do Brasil esteja sendo reconhecido pelos mercados, mas que também não é surpresa que os mercados façam movimentos abruptos.
Ele disse ainda que a economia brasileira já mostra sinais "bastante claros" de uma recuperação, que é sustentada na melhora da demanda interna.
– Já existem sinais bastante claros de recuperação da economia brasileira. Existem sinais claros de recuperação na demanda e de sustentação da demanda, o que é melhor, em função do forte componente de crescimento do emprego e da renda nos últimos anos, do aumento do poder aquisitivo da população – disse Meirelles.
Juros em queda
Ainda na manhã desta quinta-feira, pesquisa divulgada pela Fundação Procon-SP mostrou que os juros do cheque especial e de empréstimos pessoais, que caíram pela quinta vez consecutiva. O levantamento foi realizado com dez instituições financeiras, nos dias 5 e 6 de maio. Entre os bancos pesquisados, oito reduziram a taxa cobrada para empréstimo pessoal, com uma queda média de 0,17 ponto percentual. Em abril, a média foi de 5,74% e neste mês ficou em 5,57%. Em relação à taxa de dezembro do ano passado, quando a média era de 6,25%, a diminuição chega a 0,68 ponto percentual.
Para o cheque especial, os juros médios ficaram em 8,89% em maio, ante 9,03% em abril, o que representa uma queda de 0,14 ponto percentual. A redução foi verificada em sete dos dez bancos pesquisados. O Procon alerta que, apesar da resposta positiva do mercado para as medidas de incentivo à concorrência bancária e da queda da taxa básica de juros (Selic), as taxas cobradas pelos bancos continuam altas. Antes de pedir empréstimo, o consumidor deve avaliar sua capacidade de pagamento e o custo total da operação.
A pesquisa foi feita no Banco do Brasil, Bradesco, na Caixa Econômica Federal, no HSBC, Itaú, na Nossa Caixa, no Real, Safra, Santander e Unibanco.
Fonte: Correio do Brasil