Início Plantão Brasil Aposentados representam 25% da renda total do Rio

Aposentados representam 25% da renda total do Rio

A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), intitulada O Atlas do Bolso dos Brasileiros, divulgada hoje (25), revelou que o rendimento de aposentados que recebem mais de um salário mínimo representou 25,35% do total da renda do estado do Rio deJaneiro em 2008, a maior parcela entre todos os estados do país. O Rio é seguido na lista pelo Rio Grande do Sul (18,74% da renda), Piauí (17,57%) e Distrito Federal (16,43%). 
O levantamento é um resumo feito a partir da análise dos mais relevantes indicadores econômicos e sociais divulgados recentemente, principalmente os da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Seu objetivo é detalhar a origem e o comportamento da renda do brasileiro.
Na capital fluminense, o retrato é semelhante: o ganho dos aposentados que recebem benefício acima do piso mínimo correspondeu a 27,22% do total da cidade no mesmo ano, a maior parcela entre as 36 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas. O ganho dos aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo representa 13,36% da renda da cidade de São Paulo.
Quando se analisa a renda obtida por meio de diferentes atividades de trabalho, a situação muda. A cidade do Rio de Janeiro é a última colocada entre as 36 capitais e periferias metropolitanas analisadas para a pesquisa, com uma parcela de 67,98% da renda vinda deste tipo de fonte.
Nessa comparação, a liderança é de Palmas, capital do Tocantins, onde 88,31% da renda veio do trabalho em 2008, de acordo com o levantamento. A capital paulista ocupa a 15ª posição na mesma análise, com 80,51% da renda vinda do trabalho. 
Na comparação estadual, as atividades do trabalho têm a maior participação na renda do Amapá (88,16%), de Roraima (86,26%) e Mato Grosso (85,69%). O Rio de Janeiro aparece em 25º lugar, com 69,54% e São Paulo é listado em nona posição, com parcela de 80,66% da renda obtida pelo trabalho.
 Segundo o Marcelo Neri, economista da FGV e coordenador da pesquisa, os dados mostram um retrato surpreendente da economia do Rio de Janeiro: – O [estado] tem a imagem de um estado de jovens bronzeados, mas é na verdade um país de senhores, igualmente bronzeados. É a Flórida brasileira, afirma ele.
Na avaliação do coordenador, a fatia grande de dependência dos recursos da aposentadoria tem aspectos negativos.
– É um mercado de alta renda de aposentados que é muito sensível. Talvez seja um recurso finito, como o petróleo, diz Neri.

Fonte: Agência Brasil