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Áreas pacificadas abrem as portas para peregrinos da JMJ

Pereginos-areas-pacificadasA contagem regressiva de Sebastião Irineu, de 46 anos, não é apenas pela visita do Papa Francisco a Manguinhos. A ansiedade do morador da comunidade Varginha tem mais um motivo: ele vai abrir as portas da sua casa para hospedar peregrinos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O mecânico de refrigeração é um dos inúmeros moradores de comunidades pacificadas cadastrados para receber fiéis no evento católico, entre 23 e 28 de julho.

 

Quando ouviu o pedido do padre da capela São Jerônimo Emiliani, onde o pontífice vai fazer uma oração e receber alguns moradores, Sebastião prontamente se cadastrou para abrigar dois peregrinos. Para recebê-los, está fazendo pequenas melhorias na casa de três quartos onde mora há 43 anos em Manguinhos. Mas o dia da chegada e o perfil dos visitantes serão uma surpresa.

 

– Não sei nada deles, só que serão dois homens. É uma felicidade muito grande receber irmãos. Se a comunidade não estivesse pacificada, ninguém viria. Eu nem teria me inscrito porque não me aceitariam como hospedeiro – disse Tião, como é conhecido.

 

Na casa 155 da Praça Sebastião da Varginha, ainda em Manguinhos, há outra moradora de braços abertos para os peregrinos da JMJ. Dona Maria Ricardo, de 63 anos, cedeu a sala do imóvel de um quarto para até quatro pessoas. Ela também não sabe informações dos visitantes. Só fez um pedido: que entendam português.

 

– Senti que precisava dar apoio à Jornada. Vou comprar um tapete para colocar no chão porque está frio. Somos pobres, mas não vai faltar nada para eles – explicou dona Maria, devota de Nossa Senhora Aparecida.

 

No Vidigal, os peregrinos que se hospedarem na casa da aposentada Noemia Antônio, de 79 anos, terão vista para o mar. O imóvel, que começou a ser construído há mais de 40 anos, vai abrigar um número ainda incerto de visitantes. Segundo dona Noemia, uma suíte, a sala e o terraço com dois banheiros estão disponíveis. Seja onde for, os fiéis encontrarão imagens de santos, cruzes e terços em cada cantinho.

 

– É como coração de mãe: estou preparada para receber quantos couberem. Se for preciso, cedo até o meu quarto. Se quiserem, podem acampar no terraço. Vou entrar no clima da jornada com os peregrinos aqui – afirmou a aposentada.

 

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