O Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, na Cidade Nova, vem desde 1567 trabalhando para manter e conservar coleções de documentos particulares de prefeitos, administradores, professores, engenheiros e personalidades cariocas acumulados ao longo da história do município. Sua missão é preservar os documentos no seu suporte original, devido ao valor histórico inestimável para a afirmação da identidade cultural do povo carioca.
O acervo é formado por materiais (manuscritos e impressos, mapas, fotografias, gravuras, fitas, vídeos, livros e periódicos) acumulados por mais de 400 anos, que podem ser consultados por qualquer cidadão interessado na história da cidade. Podem ser encontradas ali, por exemplo, as coleções de Augusto Malta, o primeiro fotógrafo contratado da administração municipal, que retratou imagens do Rio de Janeiro do passado; e de Alberto Lima, que reúne cartões postais e outros objetos históricos. O acervo fornece também subsídios para a tomada de decisões no âmbito da administração pública.
– O Arquivo é um equipamento que também serve para atividades culturais, mas é efetivamente um lugar onde se tem a documentação da gestão tratada e o controle sobre as informações da prefeitura. Ele é um órgão de consulta. Quando se vai fazer uma experiência como a das Olimpíadas de 2016, por exemplo, e se tem toda a documentação tratada dos Jogos Panamericanos de 2007, você sabe o que se pode errar e acertar e fazer as modificações necessárias nos planejamentos operacionais. Por isso, é tão importante – explicou a diretora-geral do Arquivo, Beatriz Kushnir.
Para manter todos os documentos em perfeitas condições de consulta, a instituição conta com todos os pré-requisitos para conservação e reparo, tais como climatização, controle de umidade, laboratório de microfilmagem e de restauração. Além disso, visando proteger alguns documentos, a instituição conta com um Arquivo Virtual, onde o cidadão tem o pleno acesso às informações arquivísticas digitalizadas, sem precisar sair de casa.
– O arquivo virtual é um banco de dados importante, uma plataforma toda feita dentro das regras mais modernas da arquivologia, para controlar e dar acesso aos documentos do acervo. É a possibilidade do arquivo ter uma interface na web onde os pesquisadores podem fazer uma pesquisa prévia antes de virem até aqui. Além disso, gera uma segurança para o documento porque cada vez que uma pessoa olha novamente um material em mãos, ele se degrada, e digitalizado não há contato físico, então, é uma forma de preservar o material – ressaltou Kushnir.
Atualmente, o arquivo virtual conta com 33 Fundos, 38 Seções, 5 Subseções, 256 Séries, 729 Subséries, 1.129 Dossiês e 12.758 Itens Documentais. Disponível ao público desde janeiro deste ano, o acervo digital já recebeu mais de 3 mil acessos.
– Para o Arquivo da Cidade, alguns acervos são bem especiais, com destaque para a coleção Francisco Duarte, com imagens e fotografias que compõem mais de 3 mil itens e é especializada em carnaval; as Cartas Cadastrais, de 1880, com mais de mil itens, com descrição e imagem digitalizada; as fotografias aéreas da cidade, de 1928 e 1929; o levantamento terrestre de 1931; e o fundo da Secretaria de Obras Públicas, que reúne 3 mil imagens de 1952 a meados dos anos 70 – contou Ruth Pontes, subgerente de Documentação Especial, reforçando que esses materiais permitem a reconstituição de amplos aspectos da história da sociedade carioca e das frequentes intervenções realizadas no seu espaço físico e social.
Apesar de contar com um acervo bastante rico, a instituição pretende ampliar ainda mais as possibilidades de consultas online aos documentos:
– O banco de dados tem atualmente só a parte de iconografia (imagem), mas futuramente vamos colocar também a parte textual, principalmente a do Carlos Lacerda, que é uma documentação bastante importante para o Rio de Janeiro e, portanto, para o Arquivo da Cidade. Esse é o maior acervo que possuímos aqui na instituição, com 25 mil itens. Outra iniciativa vai ser disponibilizar o Diário Oficial da prefeitura desde 1892 até os dias de hoje – falou Raphael Camelo, gerente da Documentação Escrita e Especial.
Além de todos esses materiais, o Arquivo possui ainda a relação de todos os que governaram a cidade do Rio de Janeiro (desde a sua fundação até os dias atuais), os decretos do prefeito Marcos Tamoyo, a Biblioteca Carioca, a Coleção Memória Carioca, a Revista do AGCRJ, Catálogo de Exposição, Cadernos de Comunicação e Obras premiadas no Concurso de Monografia, além de um boletim informativo, que completou 2 anos de existência no último mês de junho. Com periodicidade quinzenal, o informativo tem como objetivo divulgar as atividades técnicas de tratamento de acervo, as participações em eventos culturais e acadêmicos e a organização de ações culturais.
O Arquivo da Cidade, vinculado à Secretaria Municipal da Casa Civil, funciona para atendimento ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h30. Quem quiser saber mais detalhes sobre o acervo e as formas de pesquisa pode entrar em contato pelos telefones 2273-3141 ou 2273-4582.
Prefeitura do Rio