O relatório do Escritório de Pesquisa e Análise da França (BEA), sobre o acidente com o voo AF 447, que caiu no Oceano Atlântico, no final de maio, aponta que a aeronave não se partiu no ar e caiu inteira e de barriga no mar. Segundo o órgão investigador, a aeronave tocou a água com a parte inferior da fuselagem, em uma velocidade muito alta. A divulgação do relatório foi feita ontem (02/07).
As investigações também apontaram que, pelo fato de nenhum colete salva-vidas ter sido encontrado inflado, é possível que os passageiros não tivessem sido preparados para uma aterrissagem no mar. Segundo um dos representantes do BEA, as investigações não foram encerradas e continuam em todas as áreas.
— É uma investigação difícil. Nós não temos os gravadores de voo, não temos a aeronave e não temos testemunhas — disse.
Em relação à busca pelas caixas-pretas, o representante informou que elas não serão encerradas e que o órgão investigador ainda tem esperanças de encontrá-las. De acordo com o BEA, o Controle Aéreo Brasileiro não repassou ao centro de Controle do Espaço Aéreo de Dakar, no Senegal, o plano de voo do Airbus. A aeronave ingressaria no espaço aéreo senegalês às 23h20 do dia 31 de maio. As autoridades do órgão francês informaram que o repasse do plano de voo é feito de um organismo de controle aéreo para outro. No caso do voo AF 447, esse procedimento teria sido "esquecido".
— Isso, provavelmente, foi esquecido no encaminhamento que deveria ter sido feito pelo órgão de controle brasileiro — afirmou um dos representantes do BEA.
Segundo ele, no entanto, o fato de o controle brasileiro não ter repassado as informações de voo não caracteriza negligência, pois o controlador de Dakar redigiu, manualmente, a informação de velocidade e de hora estimada em que o avião entraria no espaço aéreo senegalês, chamado ponto Tasil.
Fonte: Da redação