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Banco de dados com material genético é a nova arma da Polícia Civil

material-geneticoO cruzamento de amostras de DNA é a nova arma da Polícia Civil para elucidar crimes e identificar suspeitos. Vista por muitos apenas na ficção, a tecnologia é semelhante a um software, que responde pelo nome em inglês de Combined DNA Index System (Codis) e auxilia os agentes do FBI a colocar culpados atrás das grades. O sistema já entrou em operação no Instituto de Pesquisa e Perícia em Genética Forense (IPPGF) do Estado do Rio de Janeiro e ajudou a identificar o corpo de um jovem, desaparecido em 2012 em Antares, Zona Oeste do Rio.

 

“O Codis cria um banco de dados genéticos que permite o cruzamento com amostras colhidas em cenas de crimes. O material armazenado ajuda a polícia, inclusive, a identificar e localizar pessoas desaparecidas, desde que o perfil genético de familiares também esteja catalogado no sistema. Desta forma, conseguimos identificar um corpo em dezembro passado. Foi a primeira vez no Brasil que o sistema fez o match, cruzamento de dados com resultado positivo”, explicou o perito Rodrigo Garrido, coordenador do IPPGF.

 

Atualmente, o banco de dados do Instituto conta com aproximadamente 300 amostras, mas este número deve subir em breve. A legislação prevê que o material de condenados por crimes hediondos seja inserido no Codis.

 

“Quanto maior o número de amostras no banco, mais informações teremos para comparar e encontrar resultados positivos para elucidar crimes. Já registramos desde amostras de sangues encontradas em cenas de crimes, como também material coletado de vítimas de estupro. O Codis vai processando automaticamente informações e cruza os perfis genéticos cadastrados no sistema”, disse Garrido.

 

Perita criminal e administradora suplente do Codis no Estado do Rio, Tatiana Hessab ressaltou que o banco de dados compartilha informações de laboratórios de DNA da Polícia Federal e de 15 estados do Brasil.

 

“Na verdade, criamos um banco nacional de informações genéticas. Todos os estados que contam com o sistema Codis fazem comunicações entre si”, afirmou a perita.

 

O programa Codis foi importado do FBI em 2010, por intermédio de um convênio firmado com a Polícia Civil, e entrou em funcionamento em agosto do ano passado. De acordo com o coordenador do IPPGF, não havia na legislação brasileira regulamentação a respeito da utilização de material genético em cenas criminais.

 

A criação da Lei 12.654, que prevê a identificação genética, em maio de 2012; e a publicação do Decreto 7.950, em março de 2013, que regulamentou a criação do banco de dados, abriram as portas para utilização do Codis. A criação do comitê gestor responsável por fiscalizar e ditar as regras de utilização destes dados, em agosto passado, permitiu à polícia usar finalmente a ferramenta.

 

 

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