O encontro “Barra Sustentável — Ainda Há tempo” reuniu mais de 150 pessoas no Sheraton Barra Hotel & Suítes na manhã dessa terça-feira. Entre as propostas sugeridas pelos palestrantes está a criação de um grupo de trabalho permanente com foco na busca de soluções ambientais para o bairro. Ana Claudia Nery, diretora de vendas e marketing do hotel, deu as boas vindas destacando a importância da zona oeste como único espaço de crescimento da cidade e a criação de mecanismos de preservação ambiental para o futuro dos negócios. Antes da abertura dos dois painéis de debate: “A sustentabilidade como filosofia de vida e fator econômico estratégico” e “Consumo consciente e Resíduos”, a gerente geral do Sheraton Barra, Sintia Gomes, apresentou números de redução do impacto ambiental gerados pela unidade Sheraton Barra, que chegam a 70% de economia de água apenas com a instalação de torneiras e descargas automáticas, reciclagem de mais de 200 toneladas de lixo e de 200 litros de óleo de cozinha e máquinas, mensalmente.
— A Rede Starwood, com mais de 950 hotéis no mundo, busca selos de qualificação ambiental para seus hotéis e tem como filosofia a construção de edifícios verdes, além da adaptação dos hotéis já existentes para que reduzam os impactos ambientais. Todas as unidades estão comprometidas com a causa — ressaltou a executiva, que também salientou o objetivo de crescer economicamente sobre princípios do desenvolvimento sustentável e contribuir para a preservação dos recursos naturais.
Mário Moscatelli abriu a série de debates com um diagnóstico sobre o sistema lagunar da Barra da Tijuca e afirmou que “Ainda Há tempo”. O biólogo destacou a agilidade da iniciativa privada frente ao poder público e defende parcerias entre as duas esferas para a construção de estações de tratamento de esgoto e retenção de resíduos, que podem solucionar os problemas dos rios e das lagoas em apenas um ano. Por fim, ressaltou o sucesso do projeto de despoluição da Lagoa do Rodrigo de Freitas, que poderia facilmente ser replicado para a Barra da Tijuca. Para debater o painel estavam presentes o vice-prefeito do Rio e secretário municipal de meio ambiente, Carlos Alberto Muniz; a vereadora Aspásia Camargo; e o Presidente da Ong Terra Azul, Marcos Sant’Anna.
Carlos Alberto Muniz, vice-prefeito e secretário municipal de meio ambiente, ponderou que os problemas e os desafios ambientais só serão vencidos com mudanças de hábitos e concordou com os demais debatedores que uma alternativa que vem dando certo é a construção de parcerias público-privadas.
— Muito se fala da construção civil como agente depreciador da cidade mas é importante ressaltar que alguns empreendimentos como é o caso das Glebas E e F contribuíram para a contenção da favelização do bairro e a restauração do meio ambiente local. Nas duas áreas, o mangue está exuberante. Isso é uma prova que o poder público pode liberar a construção de empreendimentos e colher frutos dessa parceria. Essa oportunidade de debater a Barra da Tijuca é muito oportuna porque aqui será o centro das atividades esportivas também na Copa do Mundo — ressaltou o secretário.
Já a vereadora Aspásia Camargo disse que o Rio de Janeiro sofreu uma ocupação predatória e que a grande transformação a ser feita tem como base a cultura. De acordo com ela, a Barra da Tijuca tem um patrimônio natural gigantesco e, por conta disso, temos que conscientizar os moradores e as empresas da região, além de preservarmos nossos morros e maciços. Em seguida, Marcos Sant’Anna, diretor da ONG Terra Azul; Regina Laginestra, diretora do Instituto Reviverde; e José Henrique Penido, diretor técnico e industrial da COMLURB, além de Nina Braga, diretora do Instituto e-Osklen, fizeram considerações sobre despoluição, consumo consciente, reciclagem, coleta de lixo, entre outros assuntos.
Um dos pontos altos do evento foi a palestra de Guilherme Arruda Flarys, do Instituto e-Osklen, que abriu o painel “Consumo consciente e Resíduos” com números surpreendentes sobre o consumo no primeiro mês do ano. Guilherme incitou a platéia a voltar para a casa com um grande dever de casa de reflexão sobre a necessidade do consumo urgente.
— Como vou comprar? Como vou usar? Como vou descartar? Precisamos quebrar paradigmas e criar alternativas para reduzir o impacto desse consumo. O novo luxo refere-se ao pensamento “a que custo aquilo foi produzido?”. Quais os valores e escolhas devemos fazer? Sugiro que repensemos a forma de comprar através do desenvolvimento sustentável que potencialize produtos From Brasil — indagou o palestrante.
No debate do segundo painel, a Diretora do Instituto Reviverde, Regina Laginestra; parece ter tirado da boca de Guilherme suas palavras, mostrando como esse trabalho pode ser levado para dentro de casa, com simples ações. O Diretor Técnico e Industrial COMLURB, José Henrique Penido, contribuiu para mostrar como o trabalho da Comlurb luta para tentar manter a cidade viva. Durante todo o evento, Patricia Sá, professora de sustentabilidade da FGV e editora do blog Amor ao Planeta, foi a mediadora do evento, apaziguando os ânimos quando preciso e destacando as importantes ações levantadas.
Para finalizar a manhã de debates, Thiago Mohamed, subprefeito da Barra, apontou as principais vocações turísticas do bairro e mostrou atividades que já estão sendo feitas para o combate à favelização e a desordem urbana. Ao fim do evento fica a certeza de uma manhã de grandes encontros e a necessidade urgente e latente de construir uma cidade melhor. Ana Cláudia Nery, diretora de vendas & marketing do Sheraton Barra e idealizadora do projeto, finalizou agradecendo o apoio da Unimed, Wal-Mart, ABIH — Associação Brasileira da Indústria de Hotéis –RJ, Rio Convention & Visitors Bureau, Acibarra — Associação Comercial e Industrial da Barra da Tijuca, Câmara Comunitária da Barra da Tijuca, AIB — Associação de Imprensa da Barra -, subprefeitura da Barra da Tijuca, secretaria municipal de turismo do Rio de Janeiro e Vila Spa by L´Occitane.
Fonte: Approach