A poucos dias de completar seu primeiro centenário, o famoso teleférico do Pão de Açúcar pode ganhar uma nova linha, a terceira, que ligaria o Morro da Urca ao Morro da Babilônia, que tem comunidades pacificadas recentemente pela Polícia Militar. Inaugurado em 1912, o bondinho conta com duas linhas, uma que parte da base do próprio Babilônia até o topo do Morro da Urca, e outra que completa o trajeto, levando ao pico monte seguinte, o Pão de Açúcar.
No passado, uma série de empecilhos fizeram com que o projeto original do engenheiro Augusto Ramos, que já contava com tal ligação, não fosse realizado por completo. À época, o exército condenou o transporte por considerar que haveria, dessa forma, um incentivo à ocupação do Morro da Babilônia, o que seria estrategicamente ruim, por sua posição privilegiada perante a Baía de Guanabara. Os cuidados não surgiram tanto efeito e, atualmente, na área há duas comunidades carentes: uma homônima ao monte e a Chapéu Mangueira.
A prefeitura já vinha tentando licitar o serviço no final do século passado, mas encontrava dificuldades de diálogo entre o então prefeito Luiz Paulo Conde (na época do PFL, atual DEM) e o Governo Federal, dono das terras. Em 2001, com César Maia (eleito pelo PTB, migrou para o PFL durante o mandato) na prefeitura a situação não melhorou, também por relacionamento ruim entre as administrações municipal e federal. Além disso, o consórcio que administra o bondinho tem ações na justiça contra a prefeitura, por entendimentos de contrato e o projeto se encontra parado.
O atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, eleito em 2008 pregando união entre prefeito, governador e presidente deve fazer uma nova tentativa nos próximos dias junto à União para que o projeto original seja concluído, mas o problema agora é outro: decreto municipal de 1996, de César Maia, declara a área do morro da Babilônia onde ficaria a estação da linha três como uma Área de Proteção Ambiental, na qual não se pode fazer alterações no terreno, ou seja, não é permitido fazer escavações, túneis e outros tipos de mudanças de forma artificial.
Redação AIB