Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales assinarão neste sábado (22) acordo bilateral que prevê o investimento brasileiro de US$ 332 milhões para a construção de uma rodovia entre as cidades bolivianas de Villa Tunari e San Ignacio de Moxos. A rodovia será construída por uma empresa brasileira e terá 306 quilômetros, ligando os vales de Cochabamba e a Amazônia boliviana. A contrapartida da Bolívia será de US$ 80 milhões para a construção da obra.
No futuro, a estrada também terá ligação com corredor interoceânico, cuja construção está prevista em um acordo assinado em dezembro de 2007, entre Lula, Morales e a presidente do Chile, Michelle Bachelet. A previsão é de que o corredor se estenda entre os portos de Santos e Iquique, no Chile, passando pela Bolívia.
Os dois presidentes também assinarão um memorando de entendimento, ainda em negociação, para cooperação tecnológica para explorar o Salar Uyuni. Trata-se da maior reserva de lítio do mundo, localizada nos departamentos de Potosi e Oruro, no sudoeste da Bolívia, região conhecida como altiplano andino. O governo brasileiro vai oficializar a cooperação para a formação de mão de obra para a indústria por meio do Senai.
No encontro que terá com o presidente boliviano Evo Morales, Lula analisará ainda a questão migratória, que envolve cerca de 5 mil brasileiros que hoje vivem no país vizinho de forma ilegal. O Brasil espera que o governo boliviano acelere os processos para a regularização dos brasileiros.
Outro assunto a ser tratado será a presença militar estrangeira na América Latina. Atualmente, há um acordo de instalação de bases dos Estados Unidos na Colômbia, o que vem provocando contestações e até tensão entre os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe, e da Venezuela, Hugo Chávez, por causa da presença de militares norte-americanos no território colombiano. Chávez considera isso uma ameaça à América Latina.
Em entrevista nesta quinta (20), o porta voz da presidência da República, Marcelo Baumbach disse que Lula e Morales também vão conversar sobre estratégias a serem desenvolvidas no combate ao tráfico de drogas. Entre as ações, estão o reforço da vigilância na fronteira entre os dois países e a proposta de doação de quatro helicópteros para a Bolívia, que o governo brasileiro deverá enviar ao Congresso Nacional.
Fonte: Agência Brasil