Na noite de quinta-feira, dia 17 de dezembro, com todas as pompas, o Palácio Guanabara foi reinaugurado. Cerca de 500 convidados participaram da grande festa, incluindo autoridades das esferas municipal, estadual e federal. A comemoração também contou com a apresentação de vídeos e do Coro do Theatro Municipal.
Assim que o governador chegou foi recebido pela banda da Polícia Militar, logo após foi à vez de expor a placa de reinauguração ao público e na sequência, governador, vice-governador e demais autoridades seguiram para cerimônia.
A mestre de cerimônias da noite foi a trineta da princesa Isabel, Paola de Orleans e Bragança que estava muito emocionada e feliz por estar participando da reinauguração de um palácio que foi residência da família imperial. “Tenho ligações familiares e emotivas com este palácio. O Governo do Estado está de parabéns por esta iniciativa”, disse Paola.
O secretário da casa civil, Regis Fichtner foi o primeiro a subir ao palanque. “Hoje é um dia muito especial para mim e para todos que trabalham na Casa Civil. Quando assumimos o governo, encontramos o Palácio em um estado bastante degradado. Estas mudanças são visíveis. Temos agora acessibilidade, obras de arte recuperadas. (…)”, disse o gestor e coordenador da grande reforma, Regis Fichtner.
Para o governador Sérgio Cabral entregar o palácio restaurado a população é definiu é como presentear alguém com uma jóia rara. “Quero expressar aqui minha emoção de estar reabrindo o Palácio Guanabara e também quero agradecer a todos que estão aqui, à minha equipe, aos nossos patrocinadores, imprensa e todos convidados. Este prédio é a síntese da história do Rio de Janeiro: Do Império, de uma mulher brava e guerreira que teve coragem de acabar com a escravatura, a nossa princesa Isabel; de um palácio que abrigou a República, a Prefeitura do Distrito Federal, o Estado da Guanabara e o Governo do Estado. Este é um período de contemplação, pois sem dúvida, o Rio vive um grande momento" – disse o governador Sérgio Cabral.
Para o vice-governador Pezão, a obra representante os cinco anos de governo. “Esta obra sintetiza os cinco anos de governo. É o coroamento do nosso trabalho. Quero parabenizar a todos da equipe, aos restauradores, ao Iphan. Este palácio é um orgulho para todos nós”, declarou Pezão.
Dom Orani Tempesta também esteve presente e declarou sua alegria em participar de um momento histórico para o Rio de Janeiro. “ Eu quero cumprimentar o governador Sérgio Cabral e sua equipe por este momento importante. Este palácio é histórico. Creio que o Rio de Janeiro necessita cada vez mais restaurar suas belezas históricas. O trabalho foi feito com carinho. Por isso merece todo o elogio. Esta cidade que já é maravilhosa precisa ficar mais linda. Será um cartão de visita para quem vier ao estado”, afirmou o o arcebispo do Rio de Janeiro.
Palácio Guanabara: Séculos de história
O Palácio Guanabara tem um papel importante na história do país. Foi no palacete que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888, ato que aboliu a escravatura. Ele também foi residência dos presidentes Washington Luiz, Getúlio Vargas, José Linhares e Eurico Gaspar Dutra, entre 1926 e 1947. Décadas depois, em 1960, com transferência da capital para Brasília, o Distrito Federal transforma-se no Estado da Guanabara e o Palácio torna-se sede administrativa do Governo do Estado.
Com um estilo eclético, o palacete está totalmente novo: as cúpulas francesas foram restauradas, e o mobiliário e o acervo de obras de arte também foram revitalizados. Entre os 42 quadros recuperados, destacam-se "A morte de Estácio de Sá", de Antônio Parreiras, e "Abdicação de D. Pedro I", de Aurélio Figueiredo. Durante a restauração relíquias foram descobertas. Entre elas, o piso pé de moleque (concreto, pedras) do térreo, original da época da construção, em 1856. Localizado na sala VIP, ele ganhou proteção de vidro e iluminação especial.
Houve ainda a troca dos sistemas hidráulicos e elétricos, incluindo o de telefonia, como também a reforma dos telhados, pisos e paredes. Também foram recuperados os jardins, chafarizes e esculturas. A grande reforma durou dois anos e foi acompanhada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan.
Na reforma foram gastos cerca de R$ 19,2 milhões. O governo estadual contou com o patrocínio de empresas privadas de grande porte, como a Petrobras, a Embratel, a Light, entre outras.
Fonte: Plantão Barra: Graça Paes