O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, acompanhou na tarde desta quinta-feira (21/10), no depósito da Companhia Docas, na Zona Portuária do Rio, a destruição de 1.146 máquinas caça-níqueis apreendidas em operações policiais. Ele afirmou que a secretaria, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça estão entrando em acordo para tentar agilizar o processo de destruição dos equipamentos, já que os galpões estão lotados. Beltrame disse, ainda, que pretende aproveitar partes das máquinas apreendidas na montagem de computadores que serão usados em escolas localizadas nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
– Nós precisamos mostrar à população que a Polícia Militar age contra esse tipo de delito. O que ocorre é que na medida em que as polícias vão fazendo as prisões, o Ministério Público (MP) exige que as máquinas sejam mantidas até que sejam feitos os laudos para que se possa fazer a destruição. Esse lote de máquinas, por exemplo, levou 60 dias para que pudéssemos destruir. Na medida em que fazemos as prisões somos responsáveis pelo acautelamento das máquinas. Estamos com os galpões lotados. Vou ter que providenciar mais galpões para que a gente continue trabalhando. Já estamos com quase dez mil máquinas apreendidas – contabilizou o secretário.
Beltrame lembrou que existe um esquema colaborativo entre a Polícia Civil e as polícias federais para coibir a entrada dos caça-níqueis no país, mas como o Brasil tem 16 mil quilômetros de fronteiras secas e oito mil quilômetros de fronteira marítima é difícil controlar tudo. Quanto ao aproveitamento de alguns componentes eletrônicos das máquinas, ele afirmou que os caça-níqueis destruídos hoje já foram periciados e tiveram algumas de suas partes retiradas.
– Alguma coisa a gente está aproveitando, obviamente com a liberação do poder judiciário. Já estamos aqui com uma ação da própria perícia da Polícia Civil fazendo computadores e, quando eles estiverem prontos, nós pretendemos entregar às escolas que estiverem dentro das UPPs – disse.
De acordo com o secretário, retirar as máquinas ilegais é fácil porque as polícias Civil e Militar têm capilaridade no estado para realizar a ação, mas o gargalo existe exatamente no momento da destruição. Ele afirma que no momento em que prisão e destruição estiveram em um ritmo mais veloz, o dano para os criminosos vai ser maior.
– Hoje, tanto a milícia quanto o tráfico e, sem dúvida, alguns policiais militares estão envolvidos na máfia dos caça-níqueis. O que tem que se fazer é provar e estabelecer de uma maneira clara para o Ministério Público e para o Tribunal de Justiça a autoria, ou seja, quem são os proprietários e qual a ligação deles com esse tipo de contravenção. Essa montagem é que é difícil de fazer. Isso é muito sutil, mas estamos trabalhando nesse sentido – declarou.
Fonte: Governo do Rio