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Caso Nadinho de Rio das Pedras

Por Joyce Pimentel*

Câmeras de monitoramento do condomínio onde o ex-vereador Josinaldo Francisco da Cruz, o Nadinho de Rio das Pedras, foi assassinado na tarde da última quarta-feira registraram o momento do crime, é o que disse o delegado Jáder Amaral, da Delegacia de Homicídios (DH), responsável pelas investigações.
De acordo com o Amaral, embora algumas das câmeras estivessem quebradas, outras localizadas em prédios vizinhos teriam gravado parcialmente o assassinato.
Nadinho foi baleado por pelo menos quatro tiros por volta das 13h, quando saia do bloco 1 do Edifício Provence, na Avenida Abelardo Bueno, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, por cerca de três homens encapuzados e armados com pistolas.
Ontem (11/012), cerca de 250 pessoas compareceram ao enterro do ex-vereador no Cemitério Recanto da Paz, em Guaratiba. Homens que se apresentaram como seguranças da família impediram o acesso de jornalistas ao cortejo fúnebre.  Um ônibus alugado levou ao local moradores da comunidade de Rio das Pedras, onde Nadinho era apontado como líder de uma milícia que controla o transporte alternativo, distribuição de gás, loteamento de terrenos, aluguel de sinal pirata de TV por assinatura (o gatonet), além de uma taxa pela segurança.
Conhecido por converter criminosos e impedir a morte de jovens condenados pelo ‘Tribunal do Tráfico’, o pastor Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias surpreendeu ao defender a pena de morte para os assassinos de Nadinho.
– Não temos pena de morte no País. É uma pena, pois estão acontecendo coisas graves aqui – disse o pastor.
Se as imagens das câmeras podem ajudar a identificar os criminosos, a polícia por outro lado dificilmente poderá contar com o registro das placas dos veículos que entraram pela portaria principal do condomínio no dia do crime. A falta do rigor no controle de quem entra e sai do local onde vivem cerca de três mil famílias é uma reclamação constante dos moradores.
– Aqui é só você dizer que vai visitar fulana no bloco tal que liberam a entrada. Não anotam placa, não ligam pro apartamento pra confirmar. No dia do crime, todo mundo viu o Astra cinza com plástico na placa dos assassinos entrar, menos os vigias da portaria – reclamou um perito judiciário que mora no condomínio há quatro anos.
Outra moradora, que teve o Xsara Picasso atingido por um dos tiros lamenta a falta de segurança.  O projétil atravessou a parte de trás da lataria e atingiu o banco do carona. Por sorte, não havia ninguém no veículo na hora.
– A gente acha que esse é um lugar onde deveríamos estar seguros e acontece uma coisa dessas – disse a moradora.

* repórter especial AIB – redaçã[email protected]

Fonte: AIB