O Rio de Janeiro é uma das 20 capitais a receber este ano a 5ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. A programação, com curadoria do cineasta Francisco Cesar Filho, reúne, entre 30 de novembro e 5 de dezembro, na Caixa Cultural, 41 filmes, entre clássicos, premiados e inéditos, que abordam questões referentes aos direitos humanos produzidos em dez países sul-americanos. O evento é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e apoio local da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos.
O ministro Paulo Vannuchi estará presente na abertura da mostra carioca, quando será exibido “Perdão, Mister Fiel”, de Jorge Oliveira, um documentário sobre a ditadura militar brasileira premiado como melhor filme pelo júri da Câmara Legislativa no Festival de Cinema de Brasília do ano passado.
O evento conta também com apoio do Ministério das Relações Exteriores, da TV Brasil e da Sociedade Amigos da Cinemateca. As obras mais votadas pelo público são contempladas com o Prêmio Aquisição TV Brasil nas categorias longa, média e curta-metragem.
Todas as sessões têm entrada gratuita. Closed caption e audiodescrição garantem o acesso a pessoas com deficiência auditiva e/ou visual.
Exclusividades da temporada carioca
O Rio é a única cidade do circuito da mostra a realizar, paralelamente à programação de filmes, debates com especialistas sobre temas abordados por alguns dos títulos exibidos. O deputado Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, é um dos debatedores da mesa “Memória e verdade”, juntamente com o advogado Tecio Lins e Silva, defensor de perseguidos da ditadura militar. Já o cacique Darci Tupã de Oliveira, da aldeia de Camboinhas (RJ), e o antropólogo João Pacheco de Oliveira Filho, professor do Museu Nacional, discutem a inclusão das minorias por meio da afirmação das diferenças na mesa “Multiculturalismo e diversidade”.
– O cinema é capaz de construir e transformar as concepções sobre direitos humanos. O que é particular e interessante nessa mostra é que os filmes contam a história de quem protagoniza essa luta na América do Sul – justifica Juliana Magalhães, professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFRJ e coordenadora do grupo de pesquisa Direito e Cinema, responsável pela organização dos debates.
A UFRJ vai emitir certificados de participação em atividades acadêmicas para quem assistir aos dois debates e a pelo menos 30% dos filmes.
Alguns dos beneficiados com a parceria serão estudantes e moradores da Providência, Cidade de Deus e do Borel, que vão receber transporte gratuito da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), responsável pelo programa UPP Social, para assistir aos filmes e aos debates.
– A mostra é uma oportunidade para que diferentes públicos se reconheçam nos personagens e temas apresentados. A presença de moradores de favelas ajuda a reafirmar a diversidade e distintas linguagens da luta pelos Direitos Humanos. Tomara que o cinema seja um canal para ampliar sonhos esperanças – diz Pedro Strozenberg, subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da SEASDH.
Outro privilégio do Rio de Janeiro é a presença de Roberto Farias, cineasta de “Pra Frente, Brasil”, filme ícone da denúncia das atrocidades da ditadura no Brasil, durante uma das sessões para deficientes visuais.
Fonte: Governo do Rio