No domingo (30/6), cerca de sete mil pessoas saíram da Praça Saens Peña, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ), e iniciaram passeata rumo ao Maracanã, onde ocorreria a final da Copa das Confederações.
De acordo com o Uol e O Globo, mais de sete mil homens da PM, Força Nacional, Batalhão de Choque e Bope acompanharam o rumo da caminhada e reforçaram o cerco do estádio, que estava vetado aos manifestantes. O perímetro Fifa, que veta o acesso das ruas de entrada no Maracanã para pessoas sem ingresso e não credenciadas, foi colocado em prática desde o início da tarde do domingo.
O protesto se dividiu, com pessoas caminhando por ruas que não estavam dentro do planejamento inicial combinado com a polícia. Um grupo de 20 encapuzados, que se diz de um grupo anarquista chamado Black Bloc e tem como objetivo proteger os manifestantes da ação das autoridades, estava na linha de frente de uma das passeatas.
Quando chegou à rua Conde de Bonfim, o ato foi apoiado por moradores, que colocaram lençóis brancos na janela dos apartamentos. Uma chuva de papel picado também era jogada pelas pessoas que preferiram ficar em suas casas.
Enquanto os ativistas levantavam bandeiras de partidos e até da Palestina, jornalistas da TV Globo eram expulsos e impedidos de cobrir o protesto. O repórter Vandrey Pereira, que foi identificado por causa de seu microfone, gravava a manifestação e foi hostilizado. Profissionais das TV’s Record e SBT se assustaram e se afastaram do local.
João Herminio Marques, representante da FNT (Frente Nacional dos Torcedores), que critica a presença de José Maria Marin no comando da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), disse que o plano dos ativistas era de chegar ao estádio. “Não pode ter barreira. Eu, como cidadão, tenho direito de ir ao Maracanã. Se encontrarmos barreiras, vamos ver o que fazer”, completou.
Marques aproveitou para fazer coro contra o presidente da CBF. “Estamos aqui contra a permanência de José ‘Medalha’ Marin na CBF. Ele não tem aptidão moral para comandar o futebol brasileiro. É um filhote da ditadura”, atacou o manifestante.
Três estações do metrô carioca fecharam por causa das manifestações: Presidente Vargas, Praça 11 e Cidade Nova. Até o momento, os torcedores chegavam ao Maracanã para assistir à final da Copa das Confederações sem dificuldade.
A OAB acompanhou o ato, para prestar atendimento jurídico a quem precisasses de auxílio ou fosse preso. “Tem excesso dos dois lados, tanto da PM com algumas prisões ilegais, quanto dos manifestantes. Há uma minoria agressiva”, disse o advogado da OAB Antonio Carlos Marques.