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Contas a prazo

Um estudo feito pela Federação do Comércio de São Paulo mostra que, independentemente do número de prestações, toda vez que o consumidor compra a prazo ele paga juros.

A explicação é simples: quando uma loja financia um produto, ela tem um custo e quem paga essa conta é o consumidor.

O problema é que com anúncios de ofertas em quatro, cinco e até dez vezes sem juros, muita gente não resiste. “É muito chamativo isso, entende?”, diz a professora Oneide Aragona.

Uma oferta que se tornou popular também é a compra em até três vezes no cartão de crédito pelo mesmo preço pago à vista. “Eles falam que é o mesmo valor, mas eu quero à vista. Qual o melhor preço à vista? Não, é esse”, questiona a auxiliar administrativa Georgilena de Alvarenga Assis.

A própria associação que representa os comerciantes, a Fecomércio, sugere: se a loja anuncia que um produto pode ser parcelado sem juros e você quer pagar à vista, peça desconto de pelo menos 1% para cada mês de parcelamento.

Por exemplo: numa compra de R$ 100 em três vezes no cartão, o desconto no pagamento à vista deve ser de no mínimo 3%.

“O consumidor brasileiro precisa entender que a partir da segunda parcela que ele tem numa compra qualquer que ele faça, até em prazos mais longos, qualquer que seja o valor, ele está pagando juro embutido”, afirma o economista Antonio Carlos Borges, da Fecomércio.

É preciso ficar atento também na compra de automóveis. Numa oferta, um carro é oferecido por R$ 30.900,00 à vista. O comprador dá R$ 10 mil de entrada e financia R$ 20.900,00. A concessionária divide em 36 parcelas de R$ 805,00. Segundo a loja, os juros são de 1,37% ao mês.

Um matemático corrige a informação: os juros na verdade são de 1,89%. Isso acontece porque o vendedor não inclui na conta IOF e taxas. Ao final, só o que o comprador vai pagar nas prestações, daria quase para comprar o carro à vista.

“O que o consumidor precisa é pesquisar, seja o que for que ele vá comprar, nas diversas lojas – quanto ele pagaria por aquele bem. E procurar saber claramente quanto é o valor do juro que ele está pagando naquela que ele decidiu fazer a compra”, diz o economista da Fecomércio.

 

Fonte: G1