Confirmado o arquivamento de todas as cinco representações e das seis denúncias apresentadas contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ao Conselho de Ética, os opositores do peemedebista preparam a estratégia para tentar reverter a decisão do presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ).
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) não demonstrou surpresa com o arquivamento das acusações contra Sarney e afirmou que a oposição vai recorrer. “Não é nenhuma surpresa. Agora, cabe o recurso e essa é a estratégia da oposição. Vamos ao Conselho de Ética como primeira medida. Com a derrota já esperada, vamos ao plenário do Senado”, disse o tucano à Agência Brasil.
Com o arquivamento de hoje (7), a oposição terá dois dias úteis, a contar da data da publicação do despacho de Paulo Duque no Diário Oficial do Senado, na próxima segunda-feira (10), para recorrer do arquivamento das acusações.
Dias também criticou a forma como o conselho foi composto. Formado por 15 membros, cinco são favoráveis à saída de Sarney da presidência do Senado. “O conselho foi constituído com esse papel [de arquivar as acusações contra Sarney]. Se há alguma possibilidade [de reverter os arquivamentos], é no plenário do Senado. Não podemos jogar a toalha. Lá, as chances de êxito são maiores”, afirmou.
O líder do DEM, senador Agripino Maia (RN), reforçou que a estratégia será a de recorrer. “Vamos recorrer. Haverá recursos em série”, disse.
Alvaro Dias disse ser contra a ideia do partido apresentar novas representações contra Sarney. Para ele, seria “repetir o itinerário de decepções”. “[Com novas representações] vamos acabar fragilizando o instituto da representação”.
O tucano avaliou que Paulo Duque, agora, deve adotar o mesmo procedimento com a representação apresentada pelo PMDB conta o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AL). “Para não ficar mal, o presidente do Conselho de Ética deve adotar o mesmo procedimento [de arquivamento], assim como os autores [da representação contra Virgílio] também devem adotar o mesmo procedimento que nós adotamos [de recorrer]", argumentou.
Fonte: Prefeitura do Rio