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Deputados consideram frágil o sistema ferroviário

O sistema ferroviário do estado é frágil e providências devem ser tomadas para torná-lo mais seguro. Foi esta a conclusão a que chegaram os deputados Paulo Ramos (PDT) e Gilberto Palmares (PT) durante a visita que fizeram, na manhã desta segunda-feira (19/10), ao Centro de Manutenção da empresa Supervia, concessionária responsável pelos trens do estado. Segundo Ramos, que é presidente da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), a empresa deve trabalhar para evitar novos acidentes como os que ocorreram no dia 7 de outubro, quando uma composição foi parcialmente incendiada após apresentar problemas técnicos e parar de funcionar. "A população fica intranquila e assustada. Temos que acompanhar as investigações de bem perto e não podemos admitir que atribuam, em um primeiro momento, a este ou aquele setor da sociedade qualquer responsabilidade sobre estes episódios", disse Ramos, defendendo os trabalhadores do transporte alternativo, que foram apontados como responsáveis pelo incidente.
 
Palmares também não ficou satisfeito com as explicações dadas pelos técnicos da Supervia. "Fiquei surpreso com a enorme fragilidade do sistema. Eles alegaram que os passageiros, ao baterem no vagão, fizeram o disjuntor desarmar e acabar com a energia elétrica dentro do vagão. Sabemos que existem diversas maneiras de evitar esse tipo de problema, se é que realmente foi isso o que aconteceu. Agora, vamos nos reunir e definir os próximos passos a serem tomados para melhorar o sistema ferroviário", finalizou o petista. O secretário de Estado de Transportes, Júlio Lopes, também esteve presente na vistoria. Diferentemente dos parlamentares, ele atribuiu os problemas ao vandalismo. "A visita tem o objetivo de mostrar todos os procedimentos de manutenção da companhia, o padrão desse serviço de segurança e as garantias dadas à população.

Durante essa visita foi mostrado também o pantógrafo que foi vandalizado neste episódio de paralisação da composição. Ficou claro que uma pedra quebrou o equipamento responsável pela captação de energia. Esse pantógrafo foi fabricado no dia 21 de outubro e instalado no final do mês. Era um equipamento novo, ainda na garantia, e foi totalmente vandalizado. Foi a ação contundente daquela pedrada que paralisou o trem e deu sequência a todas aquelas ocorrências", acredita o secretário.
 
O presidente da SuperVia, Amir Alves Murad, e o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, tiveram opiniões diferentes sobre o tema."A Supervia pretende continuar melhorando o serviço e o sistema de segurança. Espero que com essa visita os fatos fiquem mais claros para os deputados e para a sociedade", comentou Murad. O presidente do Crea, no entanto, acredita que as investigações devem continuar. "Nós precisamos de novas avaliações para uma decisão final. Entendemos que houve um acidente muito grave e que precisará de mais tempo para um desfecho", analisou Agostinho Guerreiro.

 

Fonte: Alerj