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Dia do Artesão

Hoje é o último dia para quem tem interesse em conhecer artesanatos de diversas regiões do Estado expostos em um só lugar. A Feira do Artesanato, que reúne 80 barracas com peças à venda nos pilotis do Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio, termina nesta sexta-feira, data em que se comemora o Dia do Artesão. O evento, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, foi aberto na última terça-feira, e funciona das 9h às 18h. O objetivo da secretaria é estimular cada vez mais o artesão fluminense com o desenvolvimento de programas e cursos que visam agregar valor ao trabalho desse profissional, em alguns casos responsável pelo sustento de sua família ou para complementar a renda.

A subsecretária de Comércio e Serviços, Dulce Angela Procópio, confirma que a criatividade dos artesãos na confecção de toda sorte de trabalho artesanal é responsável pelo sustento de diversas famílias. Para Dulce, desta forma se dá o desenvolvimento econômico dos pequenos empreendedores do estado. O superintendente de Artesanato, Augusto Cardoso, por sua vez, lembra que a ideia é fomentar cada vez mais a atividade no estado fazendo com que ela seja capaz de gerar renda.

– As políticas valem para todos os municípios do Estado do Rio, mas com destaque e principalmente para aqueles onde o emprego formal não é tão forte, como Cardoso Moreira, Porciúncula e Varre-Sai, por exemplo, e muitas cidades atingidas por enchentes no passado e que encontram no artesanato uma alternativa econômica para gerar renda – explicou Cardoso.

Bordados, cestarias, bijuterias, cerâmicas e artigos com palha são alguns dos trabalhos que estão à venda na Feira de Artesanato, por preços mais em conta, já que são oferecidos dos produtores diretamente para os compradores. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico coordena o Programa de Artesanato do Estado do Rio de Janeiro, que incentiva, com apoio das prefeituras, o desenvolvimento do setor no estado. Uma das ações do programa é a articulação para o cadastramento dos artesãos existentes em todo o território fluminense. Manoel Querino, produtor rural em Angra dos Reis e artesão, trabalha com peças entalhadas em madeira, doces e bebidas artesanais, com destaque para os licores de abacaxi com pimenta e gengibre e Jussara, ecologicamente correto por ser elaborado com sementes do palmito dessa espécie ameaçada de extinção.

– Trabalhamos junto com a ONG Arte dos Reis, que cuida do meio ambiente e também comercializa produtos quilombolas de Paraty e Angra dos Reis. Nosso cuidado ambiental é a garantia de produtos que são vendidos em pousadas e turistas que visitam a cidade – explica o aposentado, que há cerca de um ano complementa a renda familiar com a venda dos produtos.

A artesã Márcia Sales começou a trabalhar com capim dourado há quatro anos, depois que seu marido, ex-piloto da Varig, se aposentou. Antes trabalhava com palha de bananeira e taboa, mas o negócio se tornou inviável com a avalanche chinesa que passou a comercializar produtos industrializados semelhantes aos confeccionados artesanalmente por ela.

– Apostei no capim dourado do Tocantins e não me arrependo. Uma vez por ano viajo ao único estado produtor, na região do Jalapão, onde adquiro a matéria-prima para a confecção das peças, que vão desde bolsas e acessórios a peças de decoração, que vendo em feiras como esta – conta Márcia Sales.

Com cursos no Sebrae e na Associação Capim Dourado de Santa Teresa do Tocantins, Márcia Sales aprendeu a trançar a palha com maestria e hoje é uma das mais importantes artesãs que trabalham com esse material no Rio de Janeiro. Hoje, ela complementa a renda do marido aposentado e ajuda nas despesas da casa.

– Além de um trabalho profissional com renda garantida, o artesanato para mim também é uma excelente válvula de escape para os problemas do dia a dia, uma terapia – completou.

O artesanato fluminense passa por um momento especial com a consolidação de mercados e a abertura de novas frentes de comercialização. O grande gargalo que dificultava a colocação e escoamento da produção no comércio atacadista, um problema crônico e que sempre limitou a ampliação dessa atividade, começa a ser resolvido. Convênios e programas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico voltados para a comercialização dos produtos estão mudando o perfil dessa atividade, que no estado conta com mais de 15 mil profissionais.

O Programa de Artesanato conta com 2,5 mil artesãos das oito regiões fluminenses (Metropolitana, Médio Paraíba, Sul, Serrana, Norte, Noroeste, Baixadas Litorâneas e Baía da Ilha Grande) registrados e atua em toda a cadeia produtiva, desde a matéria-prima até o escoamento do produto, no desenvolvimento de projetos e realização de cursos de formação, aprimoramento de novas técnicas artesanais, venda e design. O objetivo é justamente agregar valor comercial a qualquer produto artesanal, desde o mais simples ao tradicional.

Fonte: Governo do Rio