Nesta quarta-feira (06/10), Dia Nacional de Doação de Medula Óssea, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) lembra a importância de um gesto que pode representar a oportunidade de vida para muitas pessoas. A doação de medula óssea, que é um tecido, é uma doação inter vivos que pode ser feita de forma simples, e que é estimulada por iniciativas dos deputados. É o caso da Lei 5.787/10, de autoria do deputado Sabino (PSC), que cria a campanha voltada a informar a população sobre este tipo de transplante. Também tramita na Casa o projeto de lei 2.085/09, de autoria do deputado Wagner Montes (PDT), que autoriza o Poder Executivo a realizar o teste de tipagem HLA, com o envio de dados para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) no ato da doação de sangue.
O texto da proposição prevê o consentimento para o cadastro do doador e a não-obrigatoriedade de doação. “Este projeto busca alertar a população quanto à facilidade que é a doação de medula óssea”, afirma o parlamentar. Para se cadastrar no Redome também é simples. No Instituto Nacional do Câncer (Inca), o doador preenche uma pequena ficha com informações sobre seu estado de saúde e indicações de diferentes contatos em caso de compatibilidade. É retirada uma amostra de 5 ml de sangue do braço, para a tipagem de HLA (características genéticas para a seleção do doador). Rápido, indolor e reconfortante, o exame também pode ser feito em qualquer Hemocentro, em horário comercial.
Não há fila por um doador
Os dados do paciente que precisa de um transplante são inseridos pelo médico no sistema, que cruza os dados até encontrar um doador compatível. Localizado, o doador passa por avaliação pré-operatória detalhada e o Inca providencia um leito para a punção, que poderá ter que ser feita em outra cidade ou estado. O transplante é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, sob anestesia geral, e requer internação de um dia. Punções com agulha aspiram a medula nos ossos posteriores da bacia, retirando no máximo 15% do tecido. A recuperação leva alguns dias. Criado em 1993, o Redome alcançou marcas expressivas em 2000, quando a Rede Globo levou ao ar a novela Laços de Família, onde a protagonista tinha leucemia. “O registro pulou de 11 mil cadastros para 25 mil”, lembra o coordenador nacional do Redome e Diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo) do instituto, Luiz Fernando Bouzas.
A partir de 2004, com o apoio do Ministério da Saúde, o cadastro deu um salto e hoje, com 1,79 milhões, o banco é o terceiro maior do mundo, atrás de EUA e Alemanha. “O aumento da informação, aliada ao investimento na comunicação entre o Inca e a rede de hospitais públicos e laboratórios foram fundamentais”, observa. Em média, a chance de se encontrar um doador compatível não aparentado é de um a cada cem mil, mas Bouzas alerta para as discrepâncias causadas pela miscigenação. “Como o maior índice de cadastros é do Sudeste, um nordestino, que tem características distintas, poderá ter mais dificuldade de conseguir um doador compatível. Precisamos aumentar o número de doadores na região Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, salienta.
Fonte: Alerj