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Dilma adota tom emocional na despedida

Após deixar o cargo de ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff adotou um tom muito mais emocional em seu discurso de despedida, hoje (31), na cerimônia organizada pelo governo no Palácio Itamaraty. No discurso de Dilma, acostumada a citar números e dados de planilhas, não faltaram palavras como sonho, otimismo, fé e alegria.

A pré-candidata do PT à Presidência da República se emocionou várias vezes durante o discurso e ficou com a voz embargada ao dizer que sentia uma “alegria melancólica” por deixar o governo. “Sinto uma alegria melancólica porque estamos saindo do governo que mais fez pelo povo desse país. Sentimos uma estranha alegria triste, mas a alma está cheia de otimismo e fé”, afirmou.

Dilma chegou a se desculpar por não adotar o improviso em todo seu discurso. Alegou que não conseguiria um desempenho como o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu terei que fazer um imenso esforço para falar de improviso, mas sei que não vou ser igual ao Lula. Vou seguir uma roteiro. Pode ser que eu o esqueça e me emocione, mas vou tentar”, disse a ministra. A secretária executiva da pasta, Erenice Guerra, vai substituí-la.

A ministra lembrou que a oportunidade de estar no governo de Lula significou a realização de um sonho para ela e para muitos de sua geração que passaram pela repressão do regime militar. “O governo do senhor [Lula] é importante porque significou o ápice, a vitória daqueles que lutaram muito e conseguiram vencer. Nós vencemos a miséria, a pobreza, a subvenção, a estagnação, o pessimismo e o conformismo”, disse Dilma.

“Viúvos do Brasil que cresceu pouco fingem ignorar que esse país mudou. No nosso governo, o povo não é coadjuvante”, acrescentou.

Além de Dilma, dez ministros deixaram hoje o governo para se lançar na campanha para as eleições de outubro desse ano. A desincompatibilização é exigida pela Justiça Eleitoral para titulares de cargos no Executivo que pretendam disputar cargos eletivos. Os novos ministros foram empossados pelo presidente Lula e receberão os cargos dos antecessores em cerimônias marcadas para esta tarde.

Na Agricultura, assume o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi, no lugar de Reinhold Stephanes, que concorrerá a uma vaga na Câmara dos Deputados. Já os pré-candidatos ao governo de Minas Gerais Patrus Ananias (PT) e Hélio Costa (PMDB) serão substituídos por Márcia Lopes, no Desenvolvimento Social, e José Artur, nas Comunicações, respectivamente. Também candidatos aos governos do Amazonas e da Bahia, os ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento, e da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, deixarão em seus lugares os secretários executivos Paulo Passos e João Santana, respectivamente.

Os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), e da Previdência, José Pimentel (PT), serão substituídos pelos secretários executivos Márcio Zimmermann e Carlos Gabas para disputar o mandato de senador. Carlos Minc sai do Ministério do Meio Ambiente para tentar uma vaga de deputado estadual pelo Rio. Assume a secretária executiva Izabella Teixeira. O secretário adjunto da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Igualdade Racial, Elói Ferreira, substitui Edson Santos, que vai concorrer como deputado federal.

Fonte: Agência Brasil