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Economia deve se recuperar no segundo semestre

A economia brasileira vai se recuperar no segundo semestre, apoiada pela demanda doméstica, avalia a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Ainda assim, o Produto Interno Bruto (PIB) deve encerrar este ano com uma retração de 0,8%. Para 2010, a projeção da OCDE é de expansão de 4,0%.

"Após uma desaceleração no primeiro trimestre, a economia parece agora estar se recuperando. A produção industrial está se expandindo… e as vendas do varejo têm sido particularmente resistentes", apontou o organismo em relatório divulgado nesta quarta-feira, em que ponderou que o ambiente global continua incerto.

Para a OCDE, a demanda doméstica vai ganhar mais força nos próximos meses, apesar de um possível aumento no desemprego.

"Melhora nas condições de crédito, liquidez abundante e ganhos reais de renda por conta da desinflação e de um aumento nas transferências do governo às famílias devem escorar uma recuperação do consumo privado."

O organismo lembrou os cortes acumulados de 4,5 pontos percentuais do juro básico brasileiro, para 9,25% ao ano, e avaliou que há algum espaço para reduções adicionais, "embora menores", nos próximos meses. Isso se dá por conta da perspectiva benigna para a inflação. A OCDE projeta inflação ao consumidor no país de 4,2% neste e no próximo ano – abaixo do centro da meta de 4,5% fixado para o IPCA.

O relaxamento da política fiscal, de forma anticíclica, também é apropriado, mas a OCDE chamou atenção para a trajetória da dívida pública.

"Um superávit primário consolidado na faixa de 2,0% a 2,5% do PIB seria consistente com a manutenção da relação dívida/PIB abaixo – mas perto – de 40%. Mas um aumento no déficit fiscal além disso… e as medidas discricionárias já anunciadas colocariam pressão adicional sobre os mercados financeiros", alertou.

Juros zero

Ainda segundo o relatório da OCDB, os principais bancos centrais do mundo com os juros próximos a zero precisam mantê-los nesse patamar por um período significativo de tempo, e o Banco Central Europeu (BCE) precisa agir logo para reduzir mais a sua taxa. O grupo afirmou em seu último relatório de perspectivas econômicas que o Federal Reserve não deve elevar seu juro antes de 2011.

O Banco do Japão provavelmente manterá sua taxa em 0,1% além de 2010, acrescentou a OCDE. O organismo afirmou que o BCE, cuja taxa de juro está em 1 por cento, deve esgotar o "espaço restante para cortar sua taxa antes cedo do que tarde". O Banco da Inglaterra e o Banco do Canadá também devem manter as taxas tão próximas de zero quanto for possível até o fim de 2010, acrescentou.

 

Fonte: Da redação