Na manhã do domingo, dia 6, durante o projeto Prefeitura Itinerante em Jacarepaguá, o prefeito Eduardo Paes anunciou uma série de intervenções e obras de urbanização na Colônia Juliano Moreira, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Através da parceria entre a Prefeitura do Rio, o Governo Federal e a Caixa Econômica, serão investidos R$ 140 milhões no projeto que vai transformar a colônia em um novo bairro, preservando a sua área verde e a qualidade ambiental.
Para apresentar o projeto, Eduardo Paes e o secretário municipal de Habitação, Jorge Bittar, se reuniram com os moradores da região e explicaram detalhadamente as intervenções, garantindo a permanência das pessoas que hoje residem ali. O prefeito falou com clareza sobre as transformações que a Colônia sofrerá para o benefício da população local.
– A Colônia Juliano Moreira é uma área enorme dentro da cidade. As obras que vamos fazer vão ser de urbanização de todas as comunidades da colônia, de recuperação de uma parte importante do patrimônio histórico, inclusive, para o Museu do Bispo do Rosário. São obras de drenagem, pavimentação, esgoto e água, praça, creche, posto de saúde, dentre outras. Ou seja, vamos transformar a colônia de fato em um bairro da cidade – disse, enfatizando que o local receberá unidades habitacionais.
– As pessoas que residem naquelas moradias que estão em área de proteção ambiental, nas margens de rio, correndo risco, serão reassentadas na própria colônia. A Prefeitura vai construir uma série de novas habitações para oferecer aos moradores – afirmou.
Na Colônia Juliano Moreira, localizada em uma área de 77 km² (maior que o bairro de Ipanema), haverá urbanização de todas as comunidades; implantação de total infraestrutura, com área de lazer, praças, conjuntos poliesportivos, com quadras, campos de futebol e vestiários; construção de 1.665 novas unidades habitacionais, inclusive integradas com o programa “Minha Casa, Minha Vida”; regularização fundiária; construção de creches e de um Terminal Rodoviário.
Também está programada a preservação da memória local com a recuperação do aqueduto e do centro histórico, onde será criado o Museu Bispo do Rosário, no antigo Pavilhão 1. Para acabar com o grande problema das enchentes, que afeta centenas de moradores da colônia, a Prefeitura irá realizar obras de dragagem e escoamento em diversas áreas atingidas pelos rios Engenho Novo, do Areal, Monjolo, Guerenguê e Pavuninha.
Durante a reunião, o prefeito anunciou ainda a reconversão dos pavilhões e galpões existentes, a construção das Casas Assistidas, um equipamento de saúde mental, a abertura de novas ligações viárias e a construção de ciclovia em toda a colônia e no entorno, levando os moradores até o centro da Taquara.
– A primeira grande licitação, de quase R$ 30 milhões, vai ser aberta nesta próxima semana e a primeira grande obra começa já num prazo máximo de 30 dias. A partir daí as obras vão avançando e a gente imagina que em dois anos e meio a colônia já esteja completamente reurbanizada – afirmou Paes, ressaltando o objetivo do projeto.
– A gente tem um grande desafio pela frente, mas eu tenho certeza de que essas obras são o começo dessa transformação. O que queremos é tratar com dignidade as pessoas que moram aqui.
Participaram do encontro os secretários municipais Pedro Paulo Carvalho (Casa Civil), Luiz Antonio Guaraná (Obras e Conservação), o subprefeito da Barra e Jacarepaguá, Tiago Mohamed, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, além de outras autoridades municipais, deputados e vereadores, e moradores.
Colônia Juliano Moreira – Localizada na Estrada Rodrigues Caldas, 3.400, a Colônia Juliano Moreira foi fundada no início do século XX para abrigo e tratamento de pacientes com problemas psiquiátricos. O local já abrigou cerca de 5 mil internos. Hoje, conta com 530 pacientes residentes, todos com mais de 70 anos. Arthur Bispo do Rosário, falecido em 1989, foi um dos pacientes. Ele residiu durante 50 anos na colônia, onde produziu suas obras, tornando-se um dos artistas plásticos mais reconhecidos em todo o mundo.
Regularização – Em entrevista à imprensa, o prefeito falou sobre a regularização fundiária prevista para todas as comunidades da cidade.
– Nós vamos dar início a um grande programa de regularização em comunidades na cidade do Rio de Janeiro. Já fizemos um entendimento com os cartórios e as pessoas vão receber os seus registros de imóveis. Começaremos pela Rocinha, mas a Colônia Juliano Moreira é a primeira comunidade que nós imaginamos que tenha essa regularização fundiária como um todo. A idéia é ampliar para todas as comunidades do Rio, não só dando alvará para os comércios, mas, também, regularizando a posse e as propriedades para que as pessoas tenham um registro de imóveis – falou.
Fonte: Prefeitura do Rio