
Mariana Pamplona, a roteirista e produtora de Em Busca de Iara, tinha Iara Iavelberg e Carlos Lamarca como mitos de seu imaginário de criança e adolescente. As cartas de amor trocadas entre eles sempre a emocionaram e a acompanharam por muitos anos. Quando Iara, irmã de sua mãe, foi morta pelo regime militar, Mariana, que não carrega o sobrenome materno por medo da família de algum tipo de represália futura, ainda não havia nascido.
Em 1963, Iara ingressou no Instituto de Psicologia que era, em sua origem, parte integrante da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, na rua Maria Antônia. Lá começou seu interesse pela política e amizade com intelectuais e artistas. O segundo ano do curso de Iara começou tumultuado com direita e esquerda alardeando a iminência do socialismo, aumentando o clima de incertezas de um governo enfraquecido desde a renúncia de Jânio Quadros. Após o golpe de 64, Iara entrou para a POLOP (Organização Revolucionária Marxista Política Operária), dando o seu primeiro passo rumo a uma vida na clandestinidade.
Em 2006, Mariana deu início a um processo de busca. Ao lado de Flavio Frederico, que assina a direção desse documentário, iniciou a pesquisa, filmagem e o levantamento de uma outra leitura a respeito das reais circunstâncias da morte de sua tia. Seu óbito, na versão oficial, foi dado como suicídio, mas sua família sempre contradisse essa versão. Apenas em 2002, os irmãos de Iara Iavelberg conseguiram o direito à exumação, realizada no ano seguinte.
O resultado desse processo foi divulgado em 2005, após uma perícia feita pelo professor Daniel Romero Munõz, do Departamento de Medicina da Universidade de São Paulo. A partir dele, concluiu-se que “é improvável que a morte de Iara Iavelberg tenha ocorrido por suicídio”. Afinal, o tipo de perfuração encontrada no corpo de Iara é incompatível com um tiro dado a curta distância, como ocorre nesses casos. O filme reconstitui a perícia e os exames de balística e nos leva a Salvador, buscando reconstituir seus últimos dias de vida, culminando com uma visita ao apartamento no bairro da Pituba aonde Iara foi morta.
E Em Busca de Iara traz também depoimentos de pessoas que conviveram intimamente com a personagem verídica. Através dessas falas, o expectador tem contato com o movimento estudantil do final dos anos 60, o início da luta armada, a vida às escondidas. Durante o documentário você entende os principais motivos pelos quais Iara e Lamarca viajaram para a Bahia, como foi organizado este deslocamento e porque aquele aparelho “caiu” em agosto de 1971.
SINOPSE
O filme resgata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg. Uma mulher culta e bela, que deixou para trás uma confortável vida familiar, optando por engajar-se na luta armada contra a ditadura. Vivendo uma rotina de sequestros e ações armadas, tornou-se a companheira do ex-capitão Carlos Lamarca, tornando-se um dos alvos mais cobiçados da repressão. O filme desmonta a versão oficial do regime, que atribui sua morte, em 1971 a um suicídio.
FICHA TÉCNICA
Gênero: Documentário
Classificação indicativa: 12 anos
Formato de captação: FULL HD / DVCPRO HD / 16 mm / DVCAM
Formato de finalização: 35mm / FULL HD 2K
Duração: 91 minutos
Cor: Colorido
Som: Dolby Digital
Direção: Flavio Frederico
Argumento/Roteiro: Mariana Pamplona
Produção: Flavio Frederico / Mariana Pamplona
Produção Executiva: Flavio Frederico
Entrevistas / Narração: Mariana Pamplona
Direção de Fotografia: Carlos André Zalasik
Direção de Arte / Design / Animação: Rodrigo Pimenta
Pesquisa: Remier Rocha / Flavio Frederico / Mariana Pamplona
Montagem: Vítor Alves Lopes / Flavio Frederico
Som Direto: Gabriela Alves Cunha
Edição de Som/Mixagem: Pedro Noizyman
Trilha Sonora: Jonas Tatit
PRÊMIOS / FESTIVAIS
Festival Internacional de Documentários “É Tudo Verdade” 2013 – Menção Honrosa Competição Oficial de Longa metragens
Festival do Rio 2013
LANÇAMENTO COMERCIAL
28 de março de 2014
Lamarca foi um heroi pena nascido em época errada , pois povo brasileiro é muito covarde , nos dias de hoje a nossa história com uma personalidade como esta tudo seria mais facil , ela e Lara foram e serão sempre lembrados como heróis e eu infelismente serví a esta pátria se é que pode chamar assim , este PAIS de corrupitos e hipócritas .