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Empresas fictícias

A Fundação José Sarney, em São Luís (MA), que recebeu R$ 1,3 milhão da Petrobras, teria repassado pelo menos R$ 500 mil a empresas prestadoras de serviço com endereços fictícios na capital maranhense. O dinheiro também teria sido enviado para emissoras de rádio e TV da família Sarney e para uma conta paralela que nada tem a ver com o projeto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
A TV Mirante e duas emissoras de rádio, a Mirante AM e a Mirante FM, de propriedade da família Sarney, receberam cerca de R$ 30 mil a título de veiculação de comerciais sobre o projeto fictício.
A verba foi transferida da estatal para a Fundação em 2005, após ato solene com a participação de Sarney e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. O repasse ocorreu pela Lei Rouanet, que garante incentivos fiscais às empresas que aceitam investir em projetos culturais.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, também desta quinta-feira, a verba repassada à Fundação José Sarney entre o fim de 2005 e setembro passado seria destinada à preservação do acervo de sua biblioteca e à conservação do museu da instituição. Porém, de acordo com o jornal, um repórter recebeu a informação de que a biblioteca estava fechada e sem previsão de funcionamento.
O diretor da entidade, Fernando Belfort, ex-funcionário do Senado e hoje no governo de Roseana Sarney (PMDB), no Maranhão, disse que a entidade vive do dinheiro do aluguel de um salão para reuniões ao custo de R$ 1 mil por dia. A principal atração da entidade, segundo ele, é a Vale Festejar, idealizada por Roseana e patrocinada pela Vale. Os festejos começaram na semana passada e vão até o fim do mês.
Em duas salas vazias da biblioteca funcionariam os laboratórios de recuperação de livros raros, segundo Belfort, instalações que teriam sido feitas com verba da Petrobras. Estatal e Fundação divergem quanto aos números sobre o acervo – enquanto a primeira fala em 50 mil documentos, a segunda informa que há 40 mil.
Segundo a Folha, o senador disse, na quarta-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que os recursos da Petrobras foram aplicados corretamente pela fundação que leva o seu nome. Ele apresentou um documento com o timbre da Petrobras que comprovaria a correta prestação de contas. Fernando Belfort, diretor da fundação, afirmou que a biblioteca e o museu ficam abertos diariamente. No entanto, não explicou o motivo de a biblioteca estar fechada no dia em que a reportagem foi realizada.

 

 

Fonte: Portal Terra