Para orientar governos a ampliar investimentos em museus, especialistas de 50 países aprovaram um documento sugerindo que a Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) publique uma resolução com recomendações específicas. Os pesquisadores estiveram reunidos durante toda a semana na capital fluminense.
Entre os itens, o presidente do Instituto Brasileiro de Museus, José do Nascimento Júnior, destaca a necessidade de mais recursos financeiros para investimentos na preservação, proteção e em iniciativas dos museus, assim como no treinamento de pessoal e no combate ao tráfico de obras de arte. Segundo ele, em épocas de crises, governos tendem a retirar recursos do setor.
“Nessas circunstâncias, sabemos que uma das primeiras áreas a sofrer restrições é a cultura. Por isso, há a necessidade de termos políticas públicas amplas”, defendeu Nascimento, que esteve à frente da elaboração do documento. Para ele, a resolução, que deve ser elaborada pela Unesco em outubro, pode estimular os países-membros da ONU a criar as próprias políticas.
Na avaliação dos participantes, todos os órgãos de governo, em níveis municipais, estaduais e federal, devem ter medidas para os museus. O apoio da iniciativa privada também tem importância.
“A memória é estratégica para várias questões. Os museus são instrumentos que preservam o passado, dialogam com o presente para garantir o futuro”, destacou Nascimento.
O presidente do Ibram disse que, durante a reunião de especialistas, iniciativas brasileiras como a Política Nacional de Museus, de 2003, que instituiu editais e ações de divulgação, foram elogiadas. Porém, reconheceu que é preciso avançar no combate ao tráfico de peças, com a “maior articulação entre a Polícia Federal e a Receita Federal”. Acordos com os órgãos já estão em curso.
Para encerrar o encontro, os participantes estiveram hoje no Museu do Açude, que fica no Parque Nacional da Tijuca, no Museu da Maré, na zona norte, e no Museu Histórico Nacional, no centro.
Fonte: Agência Brasil