Por Graça Paes, RJ
Teatro é uma palavra que se origina do grego theatron, uma derivação de theomai que do grego pode ser traduzida como ver e de thea que do grego pode ser traduzida como vista. Theatron é então “é o lugar que se frequenta para ver algo. Hoje em dia, podemos entender teatro tanto como a ação de apresentar uma peça ou uma cena, como o conjunto de obras dramatúrgicas ou mesmo o edifício onde são encenadas as peças através da atuação dos atores. Teatro é, portanto, uma atividade artística que engloba uma série de elementos que podem ser entendidos como um grande conjunto ou podem ser definidos separadamente e ainda assim serem definidos como teatro.
O espetáculo “Cama de gato” tem a direção de Marcelo Gonçalves e Marcelo Dias e todo o elenco do espetáculo foi escolhido por meio de testes que foram divulgados em redes sociais. Alguns atores estão tendo a bela oportunidade de mostrarem seu trabalho no palco pela primeira vez. O drama é escrito por Max Mendes e tem como ponto principal a relação de garotos de programa e uma misteriosa e elegante travesti, chamada Lois Lane, que aparece para quebrar preconceitos. A narrativa é costurada com boas músicas e aborda a aceitação, distorção de valores, comercialização das relações humanas que aposta no amor para quebrar barreiras. Um fato interessante a reportar é que a peça tem Marcelos, Tiagos, Fernando, Fernanda e um amor entre a arte, elenco, direção, produção e autor, ímpar, como há tempos não se vê em uma montagem teatral. Posso dizer que é uma verdadeira família ligada pelo amor ao teatro.
Max Mendes, que assina o texto e está na produção ao lado de Kleber da Marias Produções Artísticas, descreveu o quanto foi difícil fazer a montagem sem patrocínio, mas que seu sócio Kleber, que não estava presente no dia da entrevista, moveu todos os esforços necessários para transformar o sonho em realidade. “Foram realizados seis tratamentos no texto para que o conteúdo cada vez mais tivesse relevância. Eu procurei abordar a comercialização das relações, como um todo, amizade, amor, preconceito social. E mostrar a prostituição, como o comércio que é. Escrevi esse texto para enxergarmos que as pessoas se formam na diferença, e que esta deve ser respeitada. A intolerância, a homofobia, os assassinatos e a discriminação contra gays, lésbicas, travestis, transexuais e transgêneros se tornaram assustadores. E, cabe a cada um de nós não alimentar o ódio. Estou à flor da pele e aguardando o retorno do publico para esta história. Muito ansioso com a estreia dia 10”, ressalta ele.
O ator Thiago Tenório, que irá dar vida a Lois Lane, disse que sentiu na pele o que é ser um travesti o dia que se caracterizou e foi a um bar tomar café em Copacabana, no RJ. Ele pode ver no olhar e nas expressões como a sociedade se comporta diante de um travesti. “Eu senti na pele como as pessoas se comportam diante do que é diferente para elas”, ressalta ele. E, que este laboratório foi primordial em seus estudos para a personagem. O ator fará sua estreia no palco. E comemora por ter sido escolhido para o elenco durante o teste e por ter ganho o papel de travesti durante a leitura.
Já o ator Tiago Homci, mesmo tendo uma certa experiência nos palcos, diz que “Cama de gato” é para ele uma realização profissional e pessoal. “Esta montagem é um presente. Poder abordar esta história e falar sobre este assunto é encantador. A sociedade precisa entender de uma maneira clara e objetiva a lidar com homossexuais, travestis, prostituição, com as diferenças”, relata.
O diretor Marcello Gonçalves, que tem uma vasta experiência em cinema, televisão, e principalmente no teatro, ao ser chamado para o projeto de “Cama de gato” levou para seu time Marcelo Dias, para dividir com ele a direção, e Fernanda Bomtempo, que estreia na assistência de direção. E que durante os testes todos colaboraram para ajudar na escolha do elenco, juntamente com o autor do texto.
Marcello também relatou que entre o período de leitura e de ensaio pode moldar o espetáculo com a ajuda de todos. E que alguns personagens foram sendo adequados aos atores conforme a leitura. “Um trabalho que tem sido feito com muito amor e em parceria”, diz o diretor. Fato este, também elucidado pelo elenco que era só elogios à produção e a direção da montagem. Marcello também relatou a importância e relevância do tema abordado. “Todos nós, se procurarmos, temos um caso de homossexualidade ou prostituição na família, mesmo que seja lá nos primórdios, em nossos antepassados. E ao nos depararmos com essas notícias, em pleno século XXI, casos e mais casos de agressão, homicídios, nos deparamos com uma realidade dura e cruel que merece ser destacada e debatida”, ressalta.
“Cama de gato” tem a direção de Marcello Gonçalves e Marcelo Dias, a assistencia de direção de Fernanda Bomtempo. E, no elenco os atores Fabrício Portela, Fernando Dolabella, Felipe Freitas, Henrique Sathler, Hugo Carvalho, Tiago Homci, Thiago Tenório e a DJ Cacá Werneck. A estreia é quinta-feira, dia 10 de agosto, às 22h30, na Sala Baden Powell, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. E a montagem ficará em cartaz às quintas e sextas-feiras, às 22h30, até dia 1º de setembro.
FICHA TÉCNICA
Texto: Max Mendes
Direção: Marcello Gonçalves e Marcelo Dias
Elenco: Fabrício Portela, Fernando Dolabella, Felipe Freitas, Henrique Sathler, Hugo Carvalho, Thiago Tenório, Tiago Homci, e a DJ Cacá Werneck.
Assistente de direção: Fernanda Bontempo
Assessoria de imprensa: Minas de Ideias
Realização: Marias Produções Artísticas
Cenografia: Marcelo Dias
Figurino: Gebran Smera
Visagismo: Del Cascardi
Iluminação: Felipe Lourenço
Direção de Movimento: Márcio Vieira
Produção Executiva: Cleber Sillva
SERVIÇO
Temporada: De 10 de agosto até 01 de setembro
Horários: Quintas e sextas, às 22h30
Local: Sala Municipal Baden Powell
Capacidade: 469 lugares
Endereço: Av. Nossa Srª de Copacabana, 360/ Copacabana
Preço: R$ 40,00 (inteira) R$ 20,00 (meia)
Duração: 80 minutos
Classificação: 16 anos
Gênero: Drama
Assessoria de Imprensa: Minas de Ideias Comunicação Integrada