O Governo do Estado entregou 500 kits de móveis e eletrodomésticos para famílias da Região Serrana que perderam todos os pertences, inclusive a casa, nas enchentes de janeiro. A entrega foi marcada por uma cerimônia, realizada na manhã desta quinta-feira (24/03), no Clube Petropolitano, em Petrópolis, em que 150 famílias do município receberam os kits compostos por uma cama de casal e duas de solteiro, com colchão, edredon e travesseiros, e mais geladeira, fogão de quatro bocas, um conjunto de panelas e tevê de 14 polegadas.
A entrega foi feita pelo secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, e pelo prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi. Na solenidade, o secretário anunciou a liberação de R$ 1,5 milhão para a Prefeitura de Petrópolis reconstruir equipamentos municipais destruídos pelas chuvas, como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e um posto de saúde, e construir duas creches, com 150 vagas, na Posse e no Vale do Cuiabá.
– Estamos aqui, hoje, em mais uma parceria do Governo do Estado com as prefeituras da Região Serrana e o setor privado para garantir as condições necessárias para que as famílias afetadas pelas enchentes se reestruturem de fato em um espaço com privacidade e segurança, fora do espaço coletivo, muitas vezes insalubre, dos abrigos – afirmou Rodrigo Neves.
De acordo com o secretário, as duas mil famílias foram selecionadas porque recebem o aluguel social e o Bolsa Família, que é dado a quem se enquadra num nível de extrema vulnerabilidade social. A identificação delas foi feita pelo Proderj através do cruzamento dos dados do cadastro do aluguel social e do CadÚnico, que rege o programa federal. As outras cinco mil famílias que recebem o aluguel social na região não terão o kit de mobiliário doméstico porque não se enquadram naquele nível de pobreza e, portanto, não ganham o auxílio federal.
As 150 famílias de Petrópolis que mais sofreram são do distrito de Itaipava, a maior parte moradora do Vale do Cuiabá. Também tiveram perdas os moradores dos bairros Boa Esperança, Madame Machado, Benfica e Gentio.
Cristina Pereira do Amaral, de 42 anos, mãe de quatro filhos, perdeu a casa que tinha no Vale do Cuiabá e vivia em um abrigo, até que conseguiu, na semana passada, alugar por R$ 450,00 por mês uma residência no distrito de Pedro do Rio com o dinheiro do aluguel social que é de R$ 500,00 em Petrópolis. Embora conte com a mobília da casa alugada, ela está feliz por receber o kit que, segundo ela, será muito útil quando tiver sua casa própria prometida pelo programa Morar Seguro, do Governo do Estado.
– Vou guardar os móveis e só usar os que não têm na casa que aluguei. É maravilhoso receber essa ajuda – afirmou Cristina.
Aluguel social será pago nos próximos 12 meses
Antes desta nova ação, a força-tarefa do governo estadual, em conjunto com o governo federal e as prefeituras das sete cidades mais atingidas, mobilizou cerca de oito mil servidores de vários setores em ações emergenciais em seguida à tragédia. Entre inúmeras providências tomadas desde então, foram definidos critérios e procedimento junto ao Ministério de Desenvolvimento Social e à Caixa Econômica Federal para o cadastramento e pagamento do aluguel social pelos próximos 12 meses para sete mil famílias desabrigadas da Região Serrana.
Segundo Neves, no dia 28 de março o Governo do Estado pagará a segunda parcela do aluguel social. A primeira foi paga no dia 15 de fevereiro. No total, os governos federal e estadual vão investir R$ 40 milhões para o pagamento das 12 parcelas do auxílio. O secretário frisou que, como o benefício é transitório, torna-se necessária a inserção dessas famílias em programas habitacionais populares até o término do prazo do aluguel social.
– O compromisso do Governo do Estado, junto com o federal, no termo de cooperação assinado com as prefeituras, após a tragédia, é apoiar as administrações públicas locais em seus planos de recuperação das zonas urbana e rural de suas cidades – frisou Neves.
Tão logo as prefeituras disponibilizem os terrenos, o Governo do Estado, com recursos próprios e do governo federal, irá construir oito mil moradias na Região Serrana, já a partir de abril. Elas serão ocupadas pelas duas mil famílias que ganharam o kit mobiliário e mais cinco mil que não terão esta ajuda, mas recebem o aluguel social porque perderam tudo na enchente. O plano também é alocar nesses conjuntos habitacionais as famílias que serão retiradas das áreas de risco.
Fonte: Governo do Rio