Uma semana após a ocupação da Vila Kennedy pelas forças policiais, a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos se reuniu, nesta quinta-feira (20/3), com moradores e lideranças da comunidade para ouvir sobre as necessidades da região e levar as demandas aos órgãos competentes. O comando do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) também aproveitou o encontro para esclarecer aspectos da ocupação, como revistas a residências e realização de eventos.
“Na Vila Kennedy não existiu um hiato entre as ações policiais e sociais. Chegamos junto com a ocupação trazendo serviços sociais fundamentais, como emissão de documentos, inclusão no cadastro único, acesso a serviços de saúde básica, entre outros, além de cursos e atividades esportivas. A Secretaria do Trabalho está emitindo carteiras profissionais e a prefeitura tem realizado os trabalhos de limpeza. Hoje viemos ouvir sobre o que está funcionando e o que ainda precisa melhorar. Não podemos acumular demandas”, afirmou o secretário Pedro Fernandes.
Além de se comprometer em levar os pedidos ligados à saúde e conservação aos órgãos responsáveis, o secretário adiantou que a comunidade ganhará um Centro de Referência da Juventude (CRJ) e será beneficiada pelo programa Caminho Melhor Jovem, que faz acompanhamento de moradores de comunidades pacificadas entre 15 e 29 anos em situação de vulnerabilidade.
Esclarecimentos sobre ação policial
Pedindo a compreensão dos moradores, o major Marcelo Corbage reconheceu que algumas das atividades dos policiais podem ser incômodas, porém são necessárias para que o Bope garanta a segurança da população e permita a execução de serviços públicos.
“Estamos em fase de estabilização e precisaremos da paciência porque as revistas serão necessárias. Pedimos também que solicitações de eventos sejam encaminhadas ao Bope e que os mototaxistas circulem com carteira de habilitação e equipamentos de segurança”, esclareceu Corbage.
O comando do Bope também forneceu o número 2234-3983 para que os moradores reclamem casos algum policiais se comporte de maneira abusiva. O canal também poderá ser utilizado por aqueles que quiserem colaborar anonimamente com denúncias.
“A polícia quer e precisa interagir com os senhores. Queremos quebrar paradigmas, e isso não ocorre de uma hora para outra. Venho garantir que estamos comprometidos com a comunidade e prometo que a polícia não sairá dia e noite. A UPP vai abrir as portas para que os serviços sejam realizados e que a Vila Kennedy receba o que merece há anos”, afirmou o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.
Os moradores ficaram satisfeitos em poder tirar dúvidas e fazer pedidos de melhorias. A dona de casa Sandra Helena Império, de 48 anos, que já teve a casa revistada por homens do Bope, aproveitou para ressaltar a necessidade de cursos para a filha e creche para as netas.
“A polícia tem feito o trabalho dela com muita educação e em uma semana já vemos a diferença. As ruas estão mais limpas e meus netos podem brincar na praça à noite, já que não há mais venda de drogas. Fizeram um pente fino mesmo. Agora precisamos de benefícios sociais, com médicos pediatras, cursos para os jovens e creche para as crianças”, disse Sandra.
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