Início Plantão Rio Exposição 'Géza Heller – um “carioca” sonhador'

Exposição 'Géza Heller – um “carioca” sonhador'

 

 

O passado e o presente se misturam entre desenhos das décadas de 30 e 40 e fotos atuais. As transformações arquitetônicas da cidade do Rio de Janeiro retratadas pelo arquiteto e artista plástico húngaro Géza Heller podem ser vivenciadas na exposição ‘Géza Heller – um “carioca” sonhador’. A mostra, aberta gratuitamente ao público, estará até o dia 07 de outubro, das 10h às 18h, no Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, em Santa Teresa.

 

 

Entre um traço e outro, Géza (1902-1992), em mais de 30 desenhos da arquitetura da cidade, expõe as construções e desconstruções urbanas para entrada do progresso. As obras que retratam a Avenida Presidente Vargas e a Praia do Flamengo são exemplos da mudança arquitetônica de que o Rio passou. Um Rio em transformação, fonte de inspiração do arquiteto húngaro ao desembarcar na cidade.

 

 

De acordo com a curadora e filha do artista, Sylvia Heller, quando Géza chegou ao Rio, o momento era de boom da modernização, deixando-o bastante interessado por esse movimento arquitetônica da cidade.

 

 

– Com o material sempre a mão, registrou muitas coisas sendo demolidas e construídas. Por utilizar o bloco que levava na bolsa, a dimensão dos desenhos é pequena. Apesar disso, as obras são ricas em detalhes. Ele registrava não só o objeto, mas toda a paisagem em que aquela peça fazia parte, dando vida aos desenhos. Desenhos que, por sinal, são documentos; interpretações do artista que como arquiteto fazia com muita fidelidade do que estava vendo, respeitava mesmo o ambiente – disse ela.

 

 

A exposição também traz um painel com fotos de desenhos de seus projetos arquitetônicos; entre eles, o da Central do Brasil e o do edifício Tabor-Loreto, na Praia do Flamengo. E uma fotografia de satélite do Rio de Janeiro estampado no chão do Centro Cultural instiga o visitante a achar os locais escolhidos por Géza Heller para retratar a evolução urbana do Rio.

– Essas projeções nunca antes foram divulgadas – pontuou Sylvia, que ressaltou que como os desenhos as projeções também são ambientalizadas.

 

 

Complementando a exposição, há ainda um vídeo em que Sylvia Heller fala sobre o trabalho, a trajetória e as técnicas utilizadas pelo artista, que chegou ao Brasil em 1925 e se fixou no Rio de Janeiro, adotando mais tarde a cidadania brasileira.

 

 

– Ele não tinha ‘ismo’, não era ligado a uma ideia ou um processo. Se aventurava por todas as técnicas que desse vontade. Seus desenhos tem ritmo como música, como dizem alguns críticos – comentou Sylvia, que tem paixão por dois desenhos da exposição: ‘Destruição da Policlínica’ e ‘Atelier’.

 

 

– O desenho da ‘Destruição da Policlínica’ tem humor porque mostra a vida e o cotidiano do entorno – explicou ela.

Para a paulista Myla Leão, de 46 anos, a mostra é muito importante sobre a ótica arquitetônica.

 

 

– A exposição mostra o contraste de valores da arquitetura diante do progresso. E estar exposta neste lugar, que tem como nome Parque das Ruínas, é de grande referência já que a mostra trata também das ruínas de algumas edificações – explicou Myla.

As fotos atuais, que fazem o contraponto com os desenhos de Géza, são de Hermano Taruma.

 

 

– Essa jogada entre o passado e o presente permite compreender a evolução humana. E ainda possibilita prevermos o que vem para o futuro – disse o carioca Augusto Lira, de 54 anos.

 

 

Para a criançada, as terças, quintas e sábados, há oficinas com as principais técnicas utilizadas por Géza Heller, como bico de pena, o grafite, o guache, a aquarela, o lápis duro e o crayon. Para participar, é preciso agendar pelo e-mail:

 

[email protected] . Mas, aos sábados, grupos são formados por visitantes do Parque das Ruínas. Há possibilidade também de uma visita guiada mediante agendamento.

 

 

A ideia do atelier, segundo Sylvia, é explicar para as crianças por meio da prática as técnicas utilizadas pelo artista plástico nestas obras.

 

 

– As crianças têm a possibilidade de usar materiais não utilizados na escola, como a monotipia em cima do vidro com guache, o bico de pena e o lápis 7B muito bom para fazer sombreado. Além de trabalharem no atelier, eles aproveitam o espaço do Parque das Ruínas para projetarem paisagens ou utilizar elas como inspiração – contou Sylvia.

 

 

Ainda segundo ela, o Parque das Ruínas, que funciona de terça a domingo, das 8h às 19h, é um lugar com muita representatividade em relação aos desenhos porque permite ao visitante ver as transformações da cidade retratadas na exposição.

 

 

SERVIÇO
Exposição: ‘Géza Heller: um “carioca” sonhador’
Local: Parque das Ruínas
Endereço: Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa – Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2215-0621
Data: até 7 de outubro
Horário: das 10h às 18h, de terça a domingo
Agendamento oficinas: [email protected]
Entrada franca

 

Prefeitura do Rio