Importante iniciativa da Secretaria do Ambiente (SEA), que transforma lixo eletrônico em inclusão digital, o projeto Fábrica Verde formou hoje (14/6) sua terceira turma – com 120 alunos – na Rocinha, na Zona Sul do Rio, totalizando 360 pessoas já qualificadas desde que foi inaugurado nessa comunidade pacificada, em maio de 2012.
O Projeto Fábrica Verde está implantado há mais de um ano na Rocinha, e há cerca de dois anos no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. O objetivo é promover a capacitação profissional em montagem e manutenção de computadores e a conscientização ambiental de jovens e adultos nas comunidades pacificadas do Estado do Rio de Janeiro. Em média, a cada três máquinas doadas por moradores e empresas, os alunos montam um computador, que acaba instalado em telecentros comunitários.
Desde seu lançamento, a Fábrica Verde já capacitou cerca de mil pessoas em ambas as comunidades. O Salgueiro será a próxima comunidade a receber o Projeto Fábrica Verde, no início de julho.
Ao participar da cerimônia de formatura, na Biblioteca Parque da Rocinha, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, comemorou a formatura dos alunos e destacou que 1.300 computadores já foram entregues para as comunidades.
– Além da Fábrica Verde, nós estamos desenvolvendo outros projetos de inclusão social que visam a levar cidadania e a incentivar o empreendedorismo em comunidades pacificadas: o EcoModa, que oferece capacitação nas áreas de costura, modelagem, desenho e ilustração de moda e estamparia, com foco no reaproveitamento e utilização de materiais usados de vestuário; o EcoBuffet, de capacitação em aproveitamento integral de alimentos, culinária, empreendedorismo e educação ambiental; e o Comunidades Verdes, de capacitação em técnicas de recobrimento vegetal de muros e fachadas residenciais e encostas desprovidas de vegetação, reflorestamento e implantação de hortos comunitários – disse o secretário.
A superintendente de Território e Cidadania da SEA, Ingrid Gerolimich, disse que, aproximadamente, 25% dos jovens qualificados na Rocinha foram inseridos no mercado de trabalho. Ela também falou sobre a possibilidade de Angola, no continente africano, “importar” o projeto Fábrica Verde. Ingrid viajou para Luanda, capital angolana, onde expôs o projeto na Feira Internacional de Luanda sobre Novas Tecnologias Ambientais.
– No momento, eles estão fazendo um diagnóstico a fim de definir quais as comunidades que serão beneficiadas, e quantos alunos. Esse levantamento deverá durar aproximadamente dois meses – disse Ingrid Gerolimich.
A entrega dos certificados dos alunos da Rocinha ocorreu em clima de festa: a cerimônia contou com apresentação de grupos culturais da Rocinha como a companhia de dança Sonhos de Uma Noite e do grupo Ojuobá Axé.
Morador da Rocinha, Éricles Muniz, 16 anos, foi um dos alunos qualificados pelo curso:
– Procurei o curso para aprender uma profissão, pois quero ingressar logo no mercado de trabalho. Como gosto de mexer com computador, quis unir o útil ao agradável – disse o estudante do ensino fundamental.
As turmas da Fábrica Verde são trimestrais, reunindo 120 alunos, que recebem uma bolsa mensal no valor de R$ 120 cada. Só podem se inscrever pessoas que tenham a partir de 16 anos e que estejam cursando ou tenham terminado o ensino médio. A cada 120 jovens capacitados, seis são selecionados para atuar como monitores no projeto, com remuneração inicial de R$ 600 mensais.
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