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Falsa comunicação de crime e sequestro relâmpago

A polícia decidiu indiciar nesta sexta-feira, 7,  o jogador Paulo Rogério Reis da Silva, o Somália, de 26 anos, lateral e meio-campo do Botafogo, por falsa comunicação de crime no caso do suposto sequestro relâmpago . Na quarta-feira, Somália afirmou em depoimento na 16ª DP da Barra da Tijuca que tinha sido rendido por um bandido no trajeto entre a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, onde mora, e o Engenhão, na Zona Norte, onde se reapresentaria junto com o time. Ele deverá ser intimado ainda nesta sexta-feira a depor novamente.

Segundo o chefe do Setor de Investigação (SI) da delegacia, inspetor Alexandre Pereira, o novo depoimento de Somália deverá ser marcado para a próxima semana. A polícia que saber por que o volante do Botafogo fez uma falsa comunicação de crime, e está convicta de que o atleta mentiu ao prestar queixa de sequestro relâmpago.

O jogador, que treinou nesta manhã, ainda não comentou o caso. Em nota, o clube afirma que vai esperar os esclarecimentos sobre o caso antes de definir qualquer punição. O Botafogo afirma ainda que só vai se pronunciar pelo site oficial. Por enquanto, o clube diz que ainda não recebeu nenhuma comunicação da polícia.

De acordo com informações da delegada adjunta, Juliana Domingues da 16ª DP, a polícia desconfiou de Somália já no depoimento “A vítima caía diversas vezes em contradição, como a cor da camisa do autor, o percurso feito" declarou Juliana. 

A polícia se baseia em imagens obtidas das câmeras de segurança dos elevadores e da garagem do prédio do jogador, na Avenida Sernambetiba, na Barra. De acordo com Alexandre Pereira, Somália foi visto deixando o prédio em seu automóvel na quarta-feira às 9h07m, e às 9h32m já estava prestando depoimento na delegacia.

Imagens do circuito interno da TV do prédio mostram também o jogador subindo e descendo do elevador três vezes antes de deixar o local a caminho da delegacia. Em um dos momentos da gravação, Somália aparece tirando dinheiro da carteira e guardando a carteira do bolso, saindo do elevador rumo ao apartamento. Quando o atleta retorna ao elevador, ele já aparece sem o relógio e o cordão, que ele havia alegado em depoimento terem sido roubados.

As imagens mostram ainda que o jogador chegou em casa, na Barra, às 3h59m da madrugada de quarta-feira. Ele depois reaparece nas imagens do elevador às 8h46m, com a mesma roupa que chegou em casa, apenas com um boné diferente. No vídeo, ele demonstra nervosismo, retirando o boné várias vezes e olhando para o celular, que aparentemente toca.

Ainda segundo o chefe do SI, Somália deverá responder ao processo no Juizado Especial Criminal (Jecrim), pois o suposto crime cometido é de baixo potencial ofensivo. De acordo com Alexandre Pereira, o jogador chegou a olhar o álbum de fotos de suspeitos da delegacia, mas não apontou ninguém. O inspetor explicou que se ele tivesse indicado alguém, seria indiciado por denúncia caluniosa, e poderia responder a processo. Se condenado, o atleta poderia ser preso por até 8 anos.

No depoimento, Somália relatou que, depois de ficar duas horas e vinte minutos como refém, foi obrigado a deixar o assaltante numa rua da Barra. Na saída da delegacia, ele disse apenas estar cansado, "precisando descansar".

Fonte: Polícia Civil