Dois anos depois do acidente aéreo que deixou 199 vítimas em 2007, no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, fragmentos de 30 pessoas que morreram no voo 3054 da TAM ainda não foram entregues aos parentes.
O acidente foi o maior da aviação brasileira. O Airbus da TAM explodiu e se incendiou. O fogo consumiu a aeronave durante horas e os corpos foram carbonizados.
De acordo com o presidente da associação dos familiares das vítimas da tragédia, Dario Scott, que perdeu a filha Taís, de 14 anos, o Instituto de Criminalística informou que era preciso realizar um procedimento jurídico solicitando a liberação dos restos mortais que foram encontrados.
— Entrei em contato com os advogados da TAM pedindo isso. Queremos fazer uma cremação coletiva com os restos. Temos direito a isso. A minha filha está lá entre os fragmentos — disse, acrescentando que, cada família de passageiro deveria individualmente pedir a liberação.
Por meio da Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo, o superintendente da Polícia Técnica Científica, Celso Perioli, informou que os fragmentos de corpos já identificados de algumas vítimas estão à disposição dos familiares no Instituto Médico Legal (IML). No entanto, oórgão não informou se é ou não necessário um procedimento jurídico para a retirada.
— São fragmentos pequenos de vítimas que já haviam sido reconhecidas e liberadas e que foram identificadas depois. O trâmite é mais complicado — disse.
O diretor do Instituto de Criminalística, Oswaldo Negrini, afirmou que o órgão guarda pequenas partes de todas as vítimas identificadas como uma espécie de contra prova, caso seja necessária a realização de uma nova perícia.
— O que pode ter acontecido é que muitos corpos foram liberados na época, a pedido das famílias, enquanto as buscas continuavam. Podem ter achado uma parte de um corpo identificado posteriormente e que depois foi liberado — completou.
Segundo o diretor, o Instituto buscou reconstruir corpos das vítimas.
— O trabalho era feito à medida que fragmentos e partes eram encontradas, para tentar entregar à família o corpo inteiro — revelou, acrescentando que, os caixões foram entregues aos familiares lacrados, e que, apenas alguns poucos casos, foi possível a reconstituição do rosto.
Fonte: Da redação