Começou nesta segunda-feira (12/05) em Havana, Cuba, um novo ciclo de conversações entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano. Essa é a 25ª rodada de reuniões da mesa negociadora, que se inicia com a expectativa de concluir agora uma solução para o problema das drogas no país – o terceiro item da pauta de negociações, em discussão desde novembro do ano passado. Antes de iniciar a mesa, as Farc declararam que estão “quase concluindo esse tema”.
“Estamos a três ou quatro parágrafos de resolver o quarto ponto da agenda [drogas] e terceiro em discussão”, afirmou o negociador da guerrilha, Jesús Santrich, em uma rápida conversa com jornalistas em Havana, Cuba.
O governo não deu declarações antes da reunião de hoje. O novo ciclo se inicia a duas semanas das eleições presidenciais no país, mas para as Farc “o processo eleitoral não deve interromper a vontade de paz dos colombianos e tampouco a negociação”.
Nas últimas semanas, a mesa de diálogo discute temas sensíveis e cruciais para o país, como os cultivos ilícitos e o narcotráfico. As Farc defendem ampliar o debate para uma solução global, embora o governo declare só ser possível, em Havana, discutir propostas locais, especialmente sobre substituição de cultivos ilícitos e permissão de plantio de coca, maconha e papoula para consumo medicinal.
No início do mês, a guerrilha enfatizou que não participa do narcotráfico e que “somente cobra impostos” dos produtores de cocaína nas áreas em que atua, respondendo a relatório do governo norte-americano.
Após concluir esse item da pauta, a mesa terá que analisar ainda a reparação das vítimas, desarmamento e reintegração de guerrilheiros e garantias para o cumprimento dos acordos firmados no pós-conflito.
Em conversação desde novembro de 2012, o processo pelo fim do conflito já chegou a acordos parciais sobre a questão agrária e sobre a participação política das Farc após a conclusão dos entendimentos pela paz. No entanto, cada item se conecta entre si, de maneira que só haverá fechamento das negociações depois da análise de todos os temas.
Agência Brasil