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Funcionária do TCE morta em inspeção

Chefe da ex-funcionária Mônica Voigt do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), morta durante uma inspeção em São Gonçalo, Gil Vicente Tavares declarou que nunca fez qualquer tipo de perseguição à servidora e que ela jamais disse a ele que estava sendo ameaçada por alguma irregularidade descoberta. A declaração foi feita durante a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio criada para investigar fatos relativos a denúncias de corrupção contra conselheiros do TCE, nesta quinta-feira (20/08). A presidente da CPI, deputada Cidinha Campos (PDT), disse que qualquer que tenha sido a causa da morte da funcionária, provoca estranheza o fato de o tribunal não se preocupar em cobrar a conclusão do inquérito. "Parece que qualquer investigação que envolve o TCE não dá em nada. Delegados foram afastados, promotores pediram mudança de delegado na investigação e nada é resolvido", criticou a parlamentar.  

"Fica fácil comprovar que não havia qualquer tipo de perseguição, pois, se eu não gostasse do serviço de Mônica, poderia exonerá-la, porque ela tinha um cargo em comissão", disse Tavares, afirmando que, após sua morte, a inspeção continuou sendo feita pela equipe e que o relatório apontou diversas irregularidades. Uma novidade trazida pelo funcionário do tribunal preocupou a deputada: Mônica foi cremada dois dias após a sua morte. "Num estado com tanta burocracia, como a polícia deixa ser cremada uma pessoa que foi morta e torturada? Desta forma você apaga qualquer pista", ressaltou a pedetista. Ao destacar que no TCE existem muitos funcionários competentes que trabalham corretamente, Tavares abriu espaço para uma ressalva de Cidinha. "Que fique claro que nosso trabalho aqui tem o foco de investigar possíveis atos ilegais de conselheiros. Qualquer injustiça cometida com algum funcionário, peço desculpas desde já, mas, se os conselheiros não estivessem tentando se proteger tanto de vir até aqui, tudo já estaria resolvido", destacou.

Responsável pelo inquérito aberto a partir de um e-mail anônimo com denúncias de corrupção envolvendo funcionários do TCE que passaram a ser investigados pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), o delegado Milton Olivier também esteve na reunião desta quinta. Ele disse que ouviu apenas uma pessoa sobre o inquérito e que não teve tempo de dar continuidade às investigações pela demanda apresentada na unidade. "Nunca sofri qualquer pressão, apenas não pude continuar porque, na época, estava com uma investigação grande de caça-níqueis na zona Oeste do Rio", afirmou o delegado, que disse não se lembrar muito do inquérito. Durante esta reunião também estiveram presentes os deputados Marcelo Freixo (PSol), João Pedro (DEM), Paulo Ramos (PDT) e Caetano Amado (PR). Desde sua instalação, a CPI reuniu-se 34 vezes, fez uma diligência a Belo Horizonte e ouviu 38 pessoas. Na última quarta-feira (19/08), a comissão teve seus trabalhos expandidos para mais 60 dias durante votação no plenário da Casa.

Para fazer denúncias de irregularidades envolvendo o Tribunal de Contas do Estado, a população também conta com o Disque Fraude TCE (0800 282 8890), um serviço telefônico gratuito da Alerj.

 

Fonte: Alerj