Durante a abertura do 6º Congresso GIFE sobre Investimento Social Privado, que acontece nesta semana no Rio de Janeiro, o secretário-geral do GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, Fernando Rossetti, comentou sobre os primeiros registros da quinta edição do Censo da entidade sobre investimento social privado (ISP) no Brasil. O documento reúne dados do último biênio (2007 – 2009) e ressalta que ainda em 2010 o setor prevê investir mais de R$ 2 milhões no país, registrando um crescimento de 6,23% sobre 2009. O Censo apresenta também que Educação ainda permanece como o principal setor que recebeu mais recursos no período. O estudo teve a parceria do IBOPE Inteligência/ Instituto Paulo Montenegro e do Instituto Itaú Cultural.
Tão importante quanto os demais levantamentos feitos com os associados do GIFE, vale mencionar que a relação entre o investimento social privado e a crise financeira, deflagrada no final de 2008, sofreu pouco impacto. No ano passado os investimentos tiveram uma redução de 6% em relação ao ano anterior. Porém, vale ressaltar que 45% dos investimentos originalmente planejados, representando a maioria, permaneceram no ano passado, 29% teve uma ligeira redução e 18% teve uma significativa redução.
“Vivemos na época da reorganização de ambientes, que favorecem o crescimento da sociedade civil. O terceiro setor triplicou de tamanho e as empresas cada vez mais tem alinhado seus interesses corporativos com as ações sociais”, afirma Rossetti.
Os associados à rede estão presentes com projetos e programas em todo Brasil. A distribuição está mais concentrada no Sudeste, seguido pela região Sul. Logo depois vem o Centro-Oeste, seguido pelo Centro-Oeste. A região Norte tem o menor volume de atuação. Além de Educação, no ano passado, algumas áreas tiveram um aumento importante de investimento, a citar Cultura e Arte, Formação para o Trabalho, Esportes e Comunicação.
“Um dos desafios do terceiro setor é fazer com que o ISP não permaneça apenas nos locais e regiões em que são geradas as riquezas, mas sim para quais lugares ele deve ir. Precisamos pensar como nacionalizar os investimentos”, ressalta o secretário-geral do GIFE.
Visão para o ISP em 2020
Durante o 6º Congresso GIFE sobre Investimento Social Privado foi lançada também a visão para o ISP 2020. Segundo Fernando Rossetti, são necessários 10 anos para se tentar estabelecer um panorama do setor, uma vez que certas culturas não mudam de uma hora para a outra, a exemplo das leis.
“O GIFE só tem 15 anos e neste período já obteve conquistas importantes para o social. Pensar em mudanças estruturais requer este tempo. Nossa meta é estabelecer um setor de investimento social privado relevante e legítimo, que abranja diversos temas, regiões e públicos, formado por um conjunto sustentável e diversificado de investidores”, conclui Rossetti.
O GIFE congrega organizações de origem privada e financiadoras de projetos sociais, ambientais e culturais de interesse público. O perfil dos associados que participam da pesquisa que gera o Censo GIFE é composto por 54% de Associações / Fundações Empresariais, 24% de Empresas, 11% de Associações / Fundações Independentes, 6% Associação / Fundação Comunitária e 3% de Associação / Fundação Familiar. A Rede GIFE – por reunir alguns dos maiores investidores do país – compõe um grupo que responde por cerca de 20% do montante total investido na área social pelo setor privado, de acordo com dados da pesquisa Ação Social das Empresas, do IPEA.
Fonte: Companhia de Noticias