Vários prédios na cidade de Concepción terão de ser demolidos por causa do terremoto de 8,8 graus na escala Richter que atingiu o Chile há uma semana e da série de pequenos tremores diários que se seguiram. Edifícios de até 20 andares terão de vir abaixo, o que deixará centenas de pessoas desalojadas. Só na Rua Freire, na área central da cidade, seis imóveis serão demolidos.
A cena mais comum no local era a de moradores retirando desses prédios objetos pessoais, móveis e eletrodomésticos. Alguns protestavam contra o que consideram falta de fiscalização pública na qualidade das obras.
“Alguns ferros usados na obra são mais finos do que o meu dedo. Ninguém fiscalizou. Mas eu vou seguir adiante. Vou me levantar, porque tenho muita força”, disse Pascual Piñera, que é dono de um pequeno comércio e de um apartamento comprado recentemente.
No prédio ao lado, com 20 andares, moradores empilhavam na calçada tudo o que puderam carregar dos apartamentos. Alguns lembravam, ainda horrorizados, dos minutos de pânico vividos na madrugada do terremoto. “Não vivo aqui nunca mais”, afirmou Diego Saavedra, que não conseguiu sair do prédio porque ficou preso por mais de 45 minutos dentro do apartamento, porque a porta empenou e não abria.
O professor Jaime Lazio também teve que deixar o imóvel onde vivia com toda sua família. “Agora não sei o que vou fazer. Acho que vou ter que ir para o interior”, dizia resignado, enquanto carregava uma camionete com todos os pertences que haviam sobrado.
Em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil, o ministro da Fazenda do Chile, Andrés Velasco, rebateu as críticas de vítimas do terremoto e pelo tsunami, que acusaram o governo de não ajudá-las. "O que acontece é que existem lugares de difícil acesso, com estradas interrompidas e pontes interditadas. As pessoas têm que ter um pouco de paciência", pediu Velasco.
Fonte: Agência Brasil