Com apresentação do comediante Bruno Mazzeo, homenagens ao teatrólogo Augusto Boal, ao maestro Heitor Villa-Lobos, à atriz Fernanda Montenegro, ao funk carioca, e apresentações de grupos como o Tira a Poeira – com participação de Elza Soares – e de bailarinos da companhia da coreógrafa Débora Colker, o novo Prêmio de Cultura do Estado do Rio, em sua primeira edição na gestão do governador Sérgio Cabral, chegou para ficar. O projeto, fruto da junção de três prêmios de cultura do estado – o Golfinho de Ouro, o Estácio de Sá e o Governo do Rio de Janeiro – é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura, e busca valorizar a arte fluminense em sua diversidade.
Realizado no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, nesta quarta-feira, o prêmio contemplou 15 artistas nas categorias Teatro; Dança; Circo; Artes Visuais; Empreendedorismo; Audiovisual; Comunicação; Literatura; Música Erudita; Preservação do Patrimônio Histórico Material ou Imaterial; Registro; Gastronomia; Moda e Música Popular.
Cada vencedor recebeu R$ 10 mil, além de um troféu inspirado em criação do artista plástico Jorge Barrão.
Presente no evento, acompanhado da primeira-dama do estado, Adriana Ancelmo Cabral, o governador Sérgio Cabral, assistiu à entrega das premiações, além de participar da homenagem à atriz Fernanda Montenegro subindo ao palco para entregar um ramo de flores à artista. Antes do início da cerimônia, Cabral falou sobre a relevância do evento e sobre os investimentos que serão feitos neste ano de 2010 no setor de cultura.
– São 15 categorias escolhidas de uma maneira justa, qualificada. Temos hoje mais de 1% do orçamento aplicado em cultura. Neste ano de 2010 serão mais de 80 milhões de reais só em ICMS aplicado em cultura, mais o orçamento da fonte do tesouro, mais as parcerias com o governo federal. E se Deus quiser, a abertura do Municipal será em março. Mas um presente para a população do Rio de Janeiro – destacou o governador.
De acordo com ele, o Prêmio de Cultura do Estado do Rio de Janeiro representa o crescimento e o desenvolvimento da gestão cultural no estado do Rio de Janeiro.
– O prêmio de cultura é um ápice de uma gestão do estado de juntar todos os prêmios em um único. A gestão da cultura no estado deu um salto extraordinário nestes três anos, o orçamento para cultura nunca foi tão grande como tem sido nestes três anos. O poder público tem que ser um indutor e um estimulador. O prêmio é exatamente isto: induzir, e estimular aqueles que fazem cultura. O estado não faz cultura, ele estimula cultura – acrescentou.
Para a secretária de Cultura Adriana Rattes, o prêmio pode ser definido como ‘junto e misturado’ por se tratar de um evento que investe na pluralidade e na riqueza de talentos do Rio de Janeiro:
– Acho que a premiação sintetiza a diversidade da cultura. O prêmio é uma lei estadual, estamos reeditando. Ele estava parado há uns dois anos – ressaltou.
A bailarina Ana Botafogo, convidada para entregar o troféu na categoria dança, comemorou o retorno da premiação.
– Acho que é muito importante que o governo reconheça os artistas da sua terra, e é claro que nós artistas estamos vendo o prêmio com muito carinho por ver o trabalho de muita gente sendo reconhecido. Acho importante também desvendar novos talentos e estou muito feliz de ver a dança representada em uma das categorias.
Premiado na categoria Gastronomia, o grupo Casa de Cultura Machadinha, da cidade de Quissamã, agradeceu o apoio do Governo do Estado. O espaço recebeu o troféu por valorizar a cultura dos descendentes de escravos. Segundo Aroldo Carneiro, secretário de Desenvolvimento Econômico e de Turismo de Quissamã, o prêmio é um reconhecimento importante que impulsionará cada vez mais a cidade a inovar.
– O município de Quissamã vem investindo na valorização de nossa cultura local, nós temos a comunidade quilombola de Machadinha que mantém a culinária e dança de descendentes de escravos. Nós aproveitamos uma antiga cavalariça e fizemos um receptivo turístico que é a Casa de Artes Machadinha. Lá oferecemos um almoço com a culinária resgatada das receitas do século XIX, que eram praticadas nas antigas senzalas, e até hoje a comunidade mantém o costume da dança do jongo, do fado e também do artesanato – comemorou.
Veja a lista de premiados:
Música Popular – Maria Gadú
Música erudita – Sociedade Musical Bachiana Brasileira
Teatro – Festival Internacional de Teatro de Angra dos Reis
Registro – Evandro Teixeira
Patrimônio material – Museu Casa do Pontal
Patrimônio Imaterial – Professor Bráulio Nascimento
Empreendedorismo – Festival Vale do Café
Circo – Circo Baixada
Dança – Irlan Santos
Audiovisual – Cine Mias Bom Jesus de Itabapoana
Literatura – Ana Maria Machado
Comunicação – Heloísa Buarque de Hollanda
Artes Visuais – Carlos Vergara
Moda – Adriana Fernandes
Gastronomia – Casa de Artes Machadinha
Fonte: Governo do Rio