Trinta e seis lutadores de diferentes modalidades se encontraram neste domingo (23/6) no ringue e no tatame para enfrentar um adversário comum: o crack. Para conscientizar os jovens sobre os riscos de uso da droga, o Governo do Estado organizou o Festival de Lutas contra o Crack em um clube na Tijuca.
Os participantes se enfrentaram em luta olímpica, judô, boxe, jiu-jtsu e MMA (Artes Marciais Mistas). Entre as apresentações, o público assistiu à estreia do lutador Leo Leite no octógno de MMA. A nova fase do atleta se inicia depois da conquista de dez títulos de campeão brasileiro e dois de campeão mundial de jiu-jítsu, além de ser tricampeão panamericano e campeão sul-americano de judô.
“Lutar MMA pela primeira vez em um evento nobre não poderia ser melhor. O esporte é uma das grandes ferramentas para afastar os jovens das drogas porque vai direcioná-los a ter uma vida mais regrada e saudável”, disse o lutador.
Parceiro do Governo do Estado na iniciativa, o ex-lutador e primeiro campeão brasileiro no UFC, Murilo Bustamante, esteve à frente da organização. Preocupado com o crescente uso do crack, ele defendeu que é necessário cada vez mais aproximar os adolescentes das artes maciais.
“A luta ajuda a discilpinar e torna o jovem mais forte. Ele aprende a superar as dificuldades da vida e fica menos suscetível às drogas. Espero que, ao ver ídolos lutando, eles tenham decido a praticar uma das modalidades”, afirmou Bustamante.
Moradora do Flamengo, a farmacêutica Sofia Vega, de 39 anos, levou o filho Pedro, de 12, para estar mais perto dos lutadores profissionais. Há três anos, ela colocou o adolescente em aulas de jiu jitsu para ajudar na disciplina e, principalmente, incentivá-lo a ter uma vida saudável. Em casa, conversas sobre drogas estão sempre em pauta.
“O esporte ajuda a preencher o tempo e ele fica mais focado. Acredito que ajuda a afastá-lo das drogas, e principalmente das lícitas, que é o álcool e cigarro. Eu mostro a realidade das ruas e como a droga derrota uma pessoa”, relatou Sofia.
Organizado pelas secretarias de Saúde, Esporte e Lazer, Prevenção a Dependência Química, Assistência Social e Direitos Humanos, Educação e Segurança, o evento é o primeiro de uma série de ações que têm como meta informar sobre os riscos do crack.
De acordo com o secretário de Esporte e Lazer, André Lazaroni, a secretaria vai fechar uma parceria com a federação de lutas para levar novas modalidades para comunidades cariocas.
“Já temos alguns projetos em UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e estamos fechando uma parceria com a federação para termos também luta olímpica nas comunidades. Vamos começar na Mangueira, com 200 crianças, mas o objetivo é chegar a três mil atendidas em diferentes regiões”, antecipou Lazaroni.
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