Impedida por uma decisão da juíza Andréia Florêncio Berto de chegar perto das garagens de ônibus da cidade do Rio de Janeiro, a grevista Maura Gonçalves, da Viação São Silvestre, afirma que o grupo, dissidente do Sindicato dos Rodoviários, não vai desistir de lutar pelos 40% de aumento salarial pretendido.
— Trabalhamos como mão de obra escrava. Ninguém está indo trabalhar hoje porque não aguentamos mais. Os rodoviários não querem mais trabalham sem receber. Não recebemos hora extra e trabalhamos 14 ou 15 horas sem alimentação. Sinto muito que o Ministério Público do Trabalho (MPT) não investigue essas coisas. Parece o Ministério Público do empresário. Fazemos queixas individuais e nada acontece — contou a cobradora.
Além de Maura, outros três líderes da comissão, identificados como Hélio Alfredo Teodoro, Luís Claudio da Rocha Silva e Luiz Fernando Mariano, são obrigados, pela Justiça, a se abster de “promover, participar, incitar greve e praticar atos que impeçam o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público, bem como mantenham distância das garagens das empresas consorciadas filiadas ao sindicato (Rio Ônibus)”.
Segundo Maura, o movimento dos rodoviários conta com várias lideranças, e hoje os ônibus que estão circulando estão sendo guiados por instrutores ou inspetores. Segundo a Secretaria municipal de Transportes, 16% da frota está circulando, e mais cedo eram 10%.
— Há de três a dez rodoviários de cada empresa apoiando o nosso grupo — disse.
Ela também comentou a decisão judicial que a impede de sair de casa para protestar.
— Estamos vivendo uma ditadura burguesa e não é uma democracia. Estamos sendo massacrados — lamenta.
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